quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nova Zelândia - 1

Com o quinto maior IDH do mundo, clima agradável no verão, incontáveis atrações e fama de ser um dos países que melhor explora a indústria do turismo, a NZ entrou nos nossos planos desde a primeira hora e não saiu mais. Vulcões, praias, fiordes, estações de esqui, boas estradas, facilidade de entrada e notícias de um povo muito acolhedor. O que poderia dar errado?

Um pouco da História

Não há certeza sobre quando o homem chegou de vez na NZ, mas não faz muito tempo. Há indicações que habitantes das ilhas do pacífico chegaram aqui a cerca de 1000 atrás e se estabeleceram sobre as duas ilhas (Norte e Sul). Os Ingleses chegaram pelo meio do século 16. Reivindicaram, enviaram grupos para ocupar o espaço, mas só foram se interessar mesmo pelo território em meados do século 19, depois de constatado que o pau estava quebrando em conflitos entre maoris (potencializados pelas armas de fogos vendidas a eles pelos europeus) e também entre nativos e europeus, geralmente por causa de terra. A relação ora foi tensa, ora mais branda, mas hoje pode-se dizer que dentre os povos azarados (conquistados) os maoris são bastante sortudos. Muito se preservou da cultura “original”, há convivência pacífica e apesar do domínio europeu, eles parecem estar envolvidos pelas vantagens oferecidas por um país com ótimos indicadores socioeconômicos.

Auckland

Aprendi que se quiser conhecer algo de um país, siga para o interior. Grandes cidades são mais ou menos iguais, tem o mesmo ritmo, pessoas têm os mesmos problemas (só seus), as atrações são meio parecidas, etc. Decidimos começar NZ por Auckland porque lá era por onde entraríamos, teríamos acesso fácil a informações sobre o país e além de suas próprias atrações, seria fácil acessar outros pontos interessantes, se necessário.

Com apenas 2,5 dias disponíveis, exploramos a cidade a pé a partir do centro, conhecendo a área da Ferry Building até o Domain Park, uma extensa área verde onde fica o Auckland War Memorial Museum. Lá, numa enorme área gramada, estavam divididos uns 30 campos de “subfootball”, algo como o nosso soçaite. Rolava um campeonato. Ocorriam jogos em todos os campos e os times eram compostos por homens e mulheres (juntos).

No outro dia, fomos à Rangitoto Island. Uma ilha que começou a surgir de uma erupção vulcânica há apenas 600 anos. O vulcão ficou cuspindo lava por 300 anos. Na sequência, a ilha foi tomada por vegetação e pequenos animais selvagem, mas em muitas áreas ainda não ocorreu a formação de solo e o que está visível é uma grande massa de lava solidificada. Estão bem conservadas as formas da cloaca do vulcão (coberta de vegetação). A ilha oferece um monte de trilhas de vários níveis de dificuldade, mas muito bem sinalizadas. De lá se tem uma ótima vista de Auckland e outras ilhas nos arredores.

Albergue – Nomads Backpackers

NZ é bem cuidada, bonita, o turismo é bem organizado como em nenhum outro lugar e está lotada de atrações impressionantes. Os preços são justos, logo, tudo é muito caro. Para evitar um rombo ainda maior no orçamento já no primeiro país, decidimos que buscaríamos hospedagens baratas e onde pudéssemos cozinhar. Em Auckland ficamos no Nomads Backpackers. O albergue é limpo, razoavelmente organizado, fartura de utensílios e banheiros, várias atrações próprias. Porém, quando se divide quarto com estranhos, deve-se contar com a sorte. De quase nada adianta o lugar passar por limpeza diária, se os hóspedes insistem em deixar tudo espalhado para todo lado. Mas demos bastante sorte com o nosso quarto. Jovens bagunceiros com suas coisas, mas educados com os outros. De quebra, conseguimos algumas informações que nos ajudaram nas cidades seguintes.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Preparativos - Bagagem


Uma das perguntas que mais escutamos é o que levar para uma viagem de volta ao mundo de um ano. Não existe uma receita única, mas o mais importante é tentar levar uma bagagem possível de ser carregada com certo conforto. Isto evita, por exemplo, excesso de taxi, o que gera uma boa economia. Sem falar nas passagens aéreas de baixo custo que normalmente limitam a bagagem em 10 kg. Vamos lavando roupas e repondo itens que acabarem. Na medida em que precisarmos de outras roupas vamos comprando novas e doando as velhas. O tamanho da mochila é muito importante. Nós optamos por uma mochila de 38L para cada mais uma mochila de ataque. Aí a gente coloca os itens que tem que ser despachados na mochila de ataque porque se extraviar perderemos poucas coisas que são fáceis de serem substituídas. Quando fomos despachar nossa bagagem no aeroporto de Guarulhos o atendente da LAN nos questionou se íamos mesmo para Auckland sem bagagem.
Montar a bagagem é tão pessoal quanto montar o roteiro. Fomos juntando várias dicas e produzindo as nossas. A parte mais difícil da bagagem foi decidir quais calçados levar. É impossível encontrar um calçado que sirva ao mesmo tempo para caminhar, correr, fazer trilha e ir pra balada. E não dá pra levar um pra cada ocasião porque um par a mais faz muita diferença na bagagem. A grande maioria dos mochileiros viaja com uma bota que serve pra praticamente tudo. Como eu e Ricardo precisamos de tênis pra corrida, abrimos mão de bota, então estamos levando apenas um tênis de couro cano curto, para o caso de chuva e trilhas, porque é menor e mais leve que uma bota, um tênis de corrida, que também vai ser usado para o dia a dia e será substituído durante a viagem e havaianas, é claro.
Fizemos o nosso roteiro fugindo do inverno. Então para o frio estamos levando apenas um conjunto de roupa segunda pele, um par de luvas e uma jaqueta corta vento impermeável. Se em algum lugar não for suficiente compraremos mais onde for necessário e depois doaremos ou despacharemos para casa.
Dentro os itens que valem a pena levar estão:
Toalha super-absorvente – Compramos uma média de 50x100cm e funciona mesmo. Seca o corpo todo tranquilamente.
Cobertor de emergência – baratinho, leve e pequeno volume. Pode ser útil para se aquecer rapidamente e também como isolante térmico para barraca no sol.
Money belt - é uma pochete para ser usada por dentro da roupa por segurança. Nela vão cartões de banco e crédito, dinheiro e passaporte. Mais a mão, na carteira do Ricardo vai um cartão de credito e algum dinheiro para pequenas despesas. Junto vieram máscaras para dormir, que seriam compradas de qualquer forma.
Talheres de plástico resistente, silver tape (fita adesiva multifuncional), barbante enrolado numa caneta e tiras de câmara de pneu (servem como varal, para prender bagagem em ônibus etc.), mosquetão, adaptador de tomada universal, linha e agulha.
Itens de higiene, como xampu, condicionador, desodorante, sabonete, absorventes, pasta de dente e fio dental podem ser comprados em qualquer lugar, então estamos levando apenas o mínimo e vamos comprando à medida que for acabando.
Em BH a dica é comprar em casa de pesca, tem várias na Avenida Paraná. Os preços são mais baratos que lojas de esporte e aventura. Mas neste tipo de loja não tem muita opção de roupa, em especial para mulher. Mas conseguimos praticamente tudo o que precisávamos. Apenas tive que comprar em loja de aventura duas calças cargo para mim. Na Savassi tem uma com muitas opções femininas.
Outra dica é comprar o que for possível em loja de equipamentos de segurança (EPI). São bons, seguros e baratos (e às vezes até bonitos). Nós ficamos bem tentados a comprar botas lá, mas desistimos de levar botas. Compramos óculos, luvas, protetor auricular e braçadeiras.