terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alter do Chão - Pará

Após quase 3 dias completos dentro do Amazonas II, chegamos bem a Santarém. Pegamos logo um ônibus para Alter do Chão. Esta praia foi apontada pelo jornal inglês The Guardian como a praia fluvial mais bonita do mundo. Não gosto desse tipo de classificação, pois faz com que criemos expectativas. Mas fomos ver se era boa mesmo. O mês ideal para pegar praia lá, segundo fomos informados é novembro, fim do verão deles, quando as águas estão no nível mais baixo. Mas estamos em um ano atípico, com relatos de calor acima do normal e chuvas bem abaixo. Então tivemos a sorte de pegar as praias no melhor nível. Descemos do ônibus próximo à praça principal. Temos que admitir que a praia é realmente linda. Mesmo já tendo estado em vários pontos do Caribe, em algumas ilhas gregas, no sudeste asiático e nordeste brasileiro, tivemos que admitir que Alter do Chão tem as praias mais bonitas que já vimos. As águas também são as mais quentes que experimentamos. Ouso dizer que alguns lugares com águas termais não são tão quentes. E como não tem ondas, a gente entrava e passava horas dentro d’água.
Em Alter fomos direto para o Camping e Redário Iguana, que a Daniele nos havia indicado. A administração é feita pelo casal Adam e Patrícia, que tem um par de gêmeos lindos, Baru e Calhaes. Eles são ou eram hippies e são extremamente amigáveis. Administram super bem o lugar, mantendo tudo limpo e uma atmosfera totalmente acolhedora. O problema foi o calor. Dormir seja nas redes ou no chão em esteiras foi impossível pra gente. A primeira noite foi complicada. E como estávamos nos sentido com a saúde fragilizada, por culpa exclusiva do calor, tivemos que ir para uma pousada com ar condicionado. Foi uma pena. Tanto que nos outros dias visitamos o camping, pois fizemos algumas amizades lá.
Era muito fácil não querer ir embora de Alter e acabamos ficando mais dias do que planejamos. Era praia de manhã e de tarde, picolés de frutas, apresentações circenses na praça, passear pelas praias a noite, comer bem... Fizemos um passeio também indicado pela Daniele com o Índio Pitó, que recomendamos muito e cujo contato é (93)992127567. É possível encontrá-lo também através da associação de guias. Seu passeio de barco passa por vários igarapés e termina com o por do sol em uma praia linda e deserta do Rio Tapajós.
Como diferencial o Pitó faz um trecho dentro da mata mostrando conhecimentos indígenas que aprendeu com seu povo: mostrou uma espécie de formiga bem pequena que serve como repelente natural. Elas estavam no tronco de uma árvore. Ele fez a demonstração e depois eu testei. Colocando a mão na árvore as formigas rapidamente se espalham pelo braço, aí é só esfregas as mãos expulsando as formigas e elas deixam um cheiro de repelente na pele sem causar nenhum incomodo. Mostrou outra espécie de formiga comestível que tem gosto cítrico e serve como tempero, que provamos também. Mostrou como se trança folhas de palmeiras para fazer cobertura e paredes das choças e balaios. Ensinou a Renilza como se extrai a seiva da seringueira e nos mostrou algumas árvores que segundo ele a natura extrai essências. O Pitó é muito agradável, respondendo a tudo que perguntávamos e deixando a gente muito à vontade.
Alter oferece muitas outras opções para passeios, mas como era difícil não passar o dia inteiro nas praias! O distrito não é perfeito. Não está abandonado pela administração púbica como Soure, ma tem um bom potencial para melhorar a limpeza das vias e também para melhorar a oferta de informações. As praias são limpas pela associação de barqueiros e barraqueiros. As pousadas e restaurantes atendem, mas no geral, a um preço mais alto do que a qualidade dos serviços oferecidos. Há wifi liberada na praça principal, mas de qualidade ruim. Não sei bem se a oferta desse serviço é algo bom ou ruim, pois algumas pousadas acabam não oferecendo wifi porque já tem na praça. Mas no geral, os pontos que pedem melhoria no local de forma alguma conseguem eclipsar os seus pontos fortes. Este é um destino que voltaremos com certeza. Só não é boa ideia ir no réveillon, porque segundo a Daniele a cidade não comporta a quantidade de turista que baixa lá.

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