Após quase 3 dias completos dentro
do Amazonas II, chegamos bem a Santarém. Pegamos logo um ônibus para Alter do
Chão. Esta praia foi apontada pelo jornal inglês The Guardian
como a praia fluvial mais bonita do mundo. Não gosto desse tipo de
classificação, pois faz com que criemos expectativas. Mas fomos ver se era boa
mesmo. O mês ideal para pegar praia lá, segundo fomos informados é novembro,
fim do verão deles, quando as águas estão no nível mais baixo. Mas estamos em
um ano atípico, com relatos de calor acima do normal e chuvas bem abaixo. Então
tivemos a sorte de pegar as praias no melhor nível. Descemos do ônibus próximo
à praça principal. Temos que admitir que a praia é realmente linda. Mesmo já
tendo estado em vários pontos do Caribe, em algumas ilhas gregas, no sudeste
asiático e nordeste brasileiro, tivemos que admitir que Alter do Chão tem as
praias mais bonitas que já vimos. As águas também são as mais quentes que
experimentamos. Ouso dizer que alguns lugares com águas termais não são tão
quentes. E como não tem ondas, a gente entrava e passava horas dentro d’água.
Em Alter fomos direto para o
Camping e Redário Iguana, que a Daniele nos havia indicado. A administração é
feita pelo casal Adam e Patrícia, que tem um par de gêmeos lindos, Baru e
Calhaes. Eles são ou eram hippies e são extremamente amigáveis. Administram
super bem o lugar, mantendo tudo limpo e uma atmosfera totalmente acolhedora. O
problema foi o calor. Dormir seja nas redes ou no chão em esteiras foi
impossível pra gente. A primeira noite foi complicada. E como estávamos nos
sentido com a saúde fragilizada, por culpa exclusiva do calor, tivemos que ir
para uma pousada com ar condicionado. Foi uma pena. Tanto que nos outros dias
visitamos o camping, pois fizemos algumas amizades lá.
Era muito fácil não querer ir
embora de Alter e acabamos ficando mais dias do que planejamos. Era praia de
manhã e de tarde, picolés de frutas, apresentações circenses na praça, passear
pelas praias a noite, comer bem... Fizemos um passeio também indicado pela
Daniele com o Índio Pitó, que recomendamos muito e cujo contato é (93)992127567.
É possível encontrá-lo também através da associação de guias. Seu passeio de
barco passa por vários igarapés e termina com o por do sol em uma praia linda e
deserta do Rio Tapajós.
Como diferencial o Pitó faz um trecho dentro da mata
mostrando conhecimentos indígenas que aprendeu com seu povo: mostrou uma
espécie de formiga bem pequena que serve como repelente natural. Elas estavam
no tronco de uma árvore. Ele fez a demonstração e depois eu testei. Colocando a
mão na árvore as formigas rapidamente se espalham pelo braço, aí é só esfregas
as mãos expulsando as formigas e elas deixam um cheiro de repelente na pele sem
causar nenhum incomodo. Mostrou outra espécie de formiga comestível que tem
gosto cítrico e serve como tempero, que provamos também. Mostrou como se trança
folhas de palmeiras para fazer cobertura e paredes das choças e balaios. Ensinou
a Renilza como se extrai a seiva da seringueira e nos mostrou algumas árvores que
segundo ele a natura extrai essências. O Pitó é muito agradável, respondendo a
tudo que perguntávamos e deixando a gente muito à vontade.
Alter oferece muitas outras opções para passeios, mas como era difícil não passar o dia inteiro nas praias! O distrito não é perfeito. Não está abandonado pela administração púbica como Soure, ma tem um bom potencial para melhorar a limpeza das vias e também para melhorar a oferta de informações. As praias são limpas pela associação de barqueiros e barraqueiros. As pousadas e restaurantes atendem, mas no geral, a um preço mais alto do que a qualidade dos serviços oferecidos. Há wifi liberada na praça principal, mas de qualidade ruim. Não sei bem se a oferta desse serviço é algo bom ou ruim, pois algumas pousadas acabam não oferecendo wifi porque já tem na praça. Mas no geral, os pontos que pedem melhoria no local de forma alguma conseguem eclipsar os seus pontos fortes. Este é um destino que voltaremos com certeza. Só não é boa ideia ir no réveillon, porque segundo a Daniele a cidade não comporta a quantidade de turista que baixa lá.
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