quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Soure, Ilha de Marajó - Pará

Voltamos à Belém de Salinas e fomos direto para o Hostel Amazonas. Fica a dica para quem curte um albergue de verdade. Boa estrutura, funcionários agradáveis e prestativos e todo o clima característico dos melhores albergues. Ali, por indicação do dono, decidimos ir para Soure na ilha de Marajó, antes de seguir para Macapá. Passamos uma noite neste hostel e no dia seguinte às 6h da manhã fomos caminhando até o Terminal Hidroviário, que fica ao lado da Estação das Docas. Lá compramos passagens no barco que faz a viagem de Belém para Camará em Marajó em 4 horas por R$ 20. No porto pegamos uma van por R$13 para Soure. Existe também a opção de lancha rápida saindo às 8h por R$ 48, indo direto para Soure. Nesse caso a viagem dura apenas 2 horas e fica R$15 mais cara. O hostel Amazonas tinha uma atmosfera ótima e lá conhecemos Helena e Daniele, mãe e filha, professoras e fluminenses da Região dos Lagos. As duas foram nossas ótimas companhias de viagem para Soure.
Chegando em Soure a primeira impressão não é das melhores. A cidade está muito mal administrada. Tem lixo e esgoto a céu aberto para todo lado. Algumas pessoas relatam ter tido a vontade de entrar de novo no barco e voltar. Depois de quase fecharmos com uma pousada muito precária, Helena, mostrando ser a mais esperta entre nós, apareceu com a boa nova de um hotel simples perto dali por apenas 10 reais mais caro, mas com ar condicionado, frigobar e wifi. Fomos pra lá e nos assentamos. Mesmo assim a cidade desanimava. Alugamos bicicletas e fomos para a praia Barra Velha naquela tarde mesmo. Já era umas 4 da tarde. A praia fica a 3,5 km da cidade. Temos que atravessar uma fazenda, cheia de búfalos e guarás. Aí a coisa começou a melhorar. A paisagem formada por pastos alagáveis, búfalos, florestas, garças e guarás dá um super cartão postal. Mas a praia, sem exageros, é uma das mais bonitas e melhores que já conheci. A água é salgada, mas não tanto quanto as do litoral (bom, Soure fica na ilha de Marajó, naquela parte que, olhando no mapa, não dá pra ter certeza se é rio ou mar). A água é tão ou mais quente que as de Natal ou Recife. Há estrutura de bares e restaurantes. Como a declividade da areia é muito pequena, com pequenas variações de maré enormes bancos de areia aparecem (maré baixa) e desparecem (alta) ao longo do dia. A praia é cheia de árvores de raízes expostas, comuns em mangues.
No dia seguinte fomos em busca da praia do Pesqueiro. Não tem transporte público na cidade, mas achamos uma Kombi que cobrava R$ 5 por pessoa se juntássemos 7 passageiros, o que conseguimos no hotel. A kombi estava na praça da cidade onde se concentram os taxis e moto-taxis. Ali a polícia montava guarda, com sua possante viatura, que orgulhosamente posava para nossas fotos.
Não dá pra dizer que a praia do Pesqueiro é mais bonita que a Barra Velha, pois ambas são estonteantes. A do Pesqueiro tem dunas e a paisagem é mais iluminada, além de ter algumas dezenas de abrigos, tipo quiosques para os banhistas. Alguns rapazes ofereciam passeios no lombo de búfalos por 10 reais. Renilza e eu pegamos um. Um foi e outro voltou montado. O búfalo, segundo contou o dono, estava com 400 kg, mas se não fosse a seca estaria com 900 kg. Mesmo assim o animal parecia ser bem robusto.
Uma turma de Ciências Biológicas do campus da UFPA de Soure apareceu na praia para fazer fotos de formatura. A turma tinha mais garotos, mas só um animou participar. Pra ele não ficar sozinho resolvi dar uma força.
A principal atração daquelas bandas do Marajó é um passeio na fazenda São Jerônimo, com trilhas em manguezais e passeios com os búfalos... mas as praias estavam tão boas que preferimos economizar essa grana, pois os preços são meio salgados.
Voltamos da ilha de Marajó pra Belém na lancha rápida, que apesar de custar 3 cervejas na praia a mais por pessoa, achamos que valeu muito a pena.
Chegamos em Belém a dois dias de seu aniversário de 400 anos. Mas não daria para pegar a festa, pois queríamos pegar um navio pra Macapá o quanto antes. 

3 comentários:

  1. Que lugar legal! Fiquei curiosa pra conhecer. Andar de búfalo então deve ser demais. Esses bichos são uma força da natureza. Tem muito turista nesta época?

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  2. Oi, Prima! Olha, o Pará é surpreendente. Esqueça essas praias de Floripa! As melhores do Brasil estão no Pará. Incrível como não são exploradas. Soure é uma cidade muito feia e suja, mas recebe alguns turistas, que geralmente são mal atendidos. Se eu fosse o prefeito de lá teria vergonha de dizer. Mas com pouca coisa ficaria interessante pra morar. Chegando em Belém, tem barcos que levam 4 ou 2 horas, inversamente proporcional ao preço. Um albergue lá seria lucro certo. Os búfalos são muito bonitos. Tem umas paisagens de pastos alagados com búfalos, guarás e a floresta atrás que são cartões postais excepcionais. Recomendo demais! Tenho certeza de que gostarão. E Alter do Chão! Meu Deus. Isso aqui é o paraíso! Abraços!

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  3. Oi, Prima! Olha, o Pará é surpreendente. Esqueça essas praias de Floripa! As melhores do Brasil estão no Pará. Incrível como não são exploradas. Soure é uma cidade muito feia e suja, mas recebe alguns turistas, que geralmente são mal atendidos. Se eu fosse o prefeito de lá teria vergonha de dizer. Mas com pouca coisa ficaria interessante pra morar. Chegando em Belém, tem barcos que levam 4 ou 2 horas, inversamente proporcional ao preço. Um albergue lá seria lucro certo. Os búfalos são muito bonitos. Tem umas paisagens de pastos alagados com búfalos, guarás e a floresta atrás que são cartões postais excepcionais. Recomendo demais! Tenho certeza de que gostarão. E Alter do Chão! Meu Deus. Isso aqui é o paraíso! Abraços!

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