terça-feira, 3 de abril de 2012

Indonésia - parte 2

Manado

Fica no nordeste do país. Esta referência não ajuda muito, devido à escalafobética forma do território. Mas existe. Nosso destino era uma ilha chamada Bunaken, com mais de 20 pontos para mergulho. Do aeroporto fomos para o píer em uma van. Ao caminharmos no pier, começou uma gritaria do barco vizinho ao que nos levaria: “Brazii, Brazii, Brazii, Robino, Ronaldo, Kaká”.

É que um de nós vestia camisa da Seleção. Sermos brasileiros, altos (pelo menos para eles), morenos, ao contrário da gringaiada que tá sempre lá, e bonitos como ninguém mais é nesse mundo de meu Deus, nos tornava celebridades. Um Alemão, Rolf, que se tornou nosso amigo na ilha estava dentro do barco esperando. Ele disse que estava lá, tranquilo, quando ouviu uma gritaria la fora e pensou que era uma briga, ou um acidente, mas era a gente chegando. Ele disse que para ele não teve nada disso.

No trajeto do barco à Bunaken, de repente os tripulantes começaram a gritar: “dolfin, dolfin, very lucky, very lucky”. Era um bando de centenas de golfinhos ao redor do barco. Os golfinhos eram muito bonitinhos, mas o mais engraçado eram os caras pulando e comemorando, era óbvio que eles estavam de sacanagem, mas era muito engraçado.
Ficamos três dias na ilha, no Diving Resort Bastianos. O quarto muito bom, a comida mais do que perfeita. Acho que comi o melhor peixe da minha vida lá. Para nadar era bom com a maré alta, pois se entrássemos muito mar adentro, era tudo cercado por um coral enorme, muito bonito, muito rico em bicharada de mar, inclusive ouriços, com um dos quais tive um contato mais próximo. Mas nadamos nos corais assim mesmo. A barreira de corais era pouco profunda, 1 metro, mais ou menos. Só que de repente ela acabou e o mar era abismo de azul intenso. Pensei: se com essa facilidade já estamos vendo algo tão bonito, imagina em um mergulho!

Não somos mergulhadores experientes. Só fizemos os mergulhos do curso (4) em Guarapari, pouco antes da viagem. Mas duvido que veremos muitos lugares mais bonitos e ricos em vida marinha do que ali. Infelizmente não tiramos fotos submarinas, mas nenhuma fotografia conseguiria expressar aquilo. Aí eu entendi a razão de o nosso amigo Rolf estar ali. Ele passaria suas férias naquela ilha e faria com a esposa 21 dias de mergulho. E não era sua primeira vez em Bunaken.

O Rolf é um cara muito engraçado e inteligente. Nos deu várias dicas sore mergulho e trocamos muitas ideias sobre várias coisas. Mas ele era bom mesmo era de piadas. Éramos 10 pessoas no barco do mergulho e estávamos todos ali, descansando entre um mergulho e outro. Eu estava sentado no meio do barco, olhando o horizonte, concentrado para evitar enjoo e sua esposa e outra alemã conversavam bem perto de mim :“Ah, aber der Preis von Kohl in Berlin ist die Nase. Es ist Schumacher, sollte nicht die Ferrary verlassen haben. Was Ich mag die meisten ist es, Bier zu trinken..”. Aí o Rolf falou, em inglês com elas ouvindo: “Elas são mal educadas. Ficam falando alemão e você não pode entender nada.... Todos rimos e Renilza perguntou: “Rolf, na Alemanha, quem fala mais, os homens ou as mulheres?” Ele fez uma cara de expert e respondeu: “na verdade, as mulheres falam mais que os homens em qualquer lugar do mundo; Inclusive, duas pessoas estavam conversando sobre qual seria o sexo de Deus e um deles encerrou o assunto: "Com certeza Deus é do sexo masculino, porque se fosse mulher já teria falado com a gente".

Voltamos para Manado e passamos 3 dias lá. Não tem nada de especial em termos de turismo, mas precisávamos de uns dias para descansar, telefonar, nos equipar, etc. Por outro lado, tem pouca coisa mais turística do que conhecer o modo de vida de um povo diferente do seu, em cidades que não vivem do turismo. Nesta cidade tomamos os sucos mais gostosos de nossas vidas, num Pizza Hut. Além de extremamente saborosos, tinham algo que parecia massagear a língua. Coisa difícil de explicar. Lá pudemos ver também, a todo momento, pessoas de diferentes religiões convivendo numa boa. Senhoras islâmicas com cristãs andando juntas e tagarelando, meninas adolescentes de religiões diferentes (e roupas) com o mesmo comportamento comum em todo mundo, dando risinhos, de braços dados, rindo da e para a gente.

Parecia até que tinha algo errado. Todo mundo olhava para a gente por onde passávamos e eram sempre sorrisos largos. E a gente tava gostando.
Mas antes que se cansassem de nós fomos pra Bali. No nosso voo, não seria servido boia. Levamos umas bolachinhas água e sal, mas uma senhora islâmica sentada do nosso lado, levava uma enorme vasilha com uns bolinhos (que não conseguimos aprender o nome). Os bolinhos eram de uma massa meio crua, recheados com carne ou com doce de coco. Nós devemos ter ficado com cara de agoados, pois a senhora fez questão que comêssemos. E nós comemos, vários! E eram muito bons. Mas o mais louco deste voo nem foi isto. A viagem era de Manado para Denpasar, capital da província de Bali. Só que no meio do caminho o avião pousou em um aeroporto até grande, todo mundo desceu, teve que pegar outra passagem e voltou todo mundo, exatamente as mesmas pessoas, para o mesmo avião. Tivemos medo de aquilo estar errado, mas deu tudo certo. Saímos a Indonésia sem entender aquele processo. Deve ter a ver com a confusão que é a divisão política-geográfica do país. Se alguém souber, me explique.

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