sábado, 21 de abril de 2012

Tailândia - parte 3


Moai Thai
Esta arte marcial é mundialmente famosa, principalmente pelo poder de fogo que seus lutadores adquirem. Ás vezes é chamada da luta dos 8 membros, já que os lutadores usam com total desenvoltura punhos, pés, joelhos e cotovelos para tentarem acertar a fuça ou onde for possível no oponente. É o esporte nacional e há envolvimento até de militares para fazer com que o esporte seja bem praticado, divulgado, e que um dia traga a medalha olímpica para o país. Inclusive, se o viajante se interessar, existem tours para luta nos principais estádios. Como se não bastasse, existem também pacotes que incluem treinos com lutadores de verdade (talvez uma surra). Já estávamos dispostos a pagar quase 100 dólares cada pra assistir a luta no estádio principal, mas descobrimos um esquema que é de graça, hehehe. Renilza descobriu que um canal de televisão mantêm um ginásio e que transmite lutas ao vivo todos os domingos. E num dia desses, fomos lá ver qual era a deles. Chegamos 1 hora antes e já havia uma pequena multidão esperando. Aí, alguém falou em voz alta "คนทั่วไปสามารถเข้าแถวมากกว่าหกสิบปี!". É claro que não entendemos nada, mas os espertos aqui se levantaram e entraram rapidamente na fila que começou a se formar. Aí, um guardinha passou por toda a fila fazendo uma inspeção e gritando "คนเท่านั้นที่หกสิบกว่าปี" Ele olhou bem pra nossa cara e disse: "คิวเฉพาะสำหรับผู้สูงอายุ แต่เป็นคุณเป็นชาวต่างชาติจะได้รับ". Continuamos sem entender nada apenas estranhando que todas as pessoas que permaneciam sentadas nos olhavam e alguns riam. Foi então que um senhor que estava logo atrás da gente nos explicou em inglês que “esta fila é só para quem tem mais de 60 anos, mas o guarda disse que vocês dois podem ficar, porque são estrangeiros”. Aí então nós reparamos que TODAS as pessoas até então na fila eram velhinhos. E o pior: não paravam de rir olhando bem na nossa cara (como parece ser bem comum para os asiáticos desta região: rir na cara do outro no exato momento em que dá vontade, como fazem as crianças). E pior ainda: éramos de longe os maiores da fila, parecendo dois bonecos de Olinda, sem a possibilidade de nos escondermos. Mas o Sr. Tana (pelo menos foi o que eu entendi) nos deu todo apoio e inclusive nos disse para falarmos que éramos seus amigos se mais alguém questionasse. Ele nos deu informações muito interessantes sobre aquele evento. Disse que, para entrar no estádio era obrigatório usar camisa de gola (exceto estrangeiros), porque o canal de TV queria que todos ficassem bonitinhos nas telas. Explicou como funcionavam as apostas, quais eram as principais lutas do dia e até o salário médio de cada lutador. E ainda nos avisou que, por algum motivo não era permitido ficar tirando fotos em todos os momentos.
O Ginásio é composto por um ringue, toda a estrutura para transmissão ao vivo, arquibancadas para os expectadores e durante todas as lutas uma banda fica tocando músicas aparentemente thai. Os lutadores são anunciados, entram no ringue usando além das vestes e equipamentos da luta, uma argola na cabeça com uma espécie de cabo (como se fosse uma raquete de tênis sem a tela). Depois de apresentados eles fazem uma série de exercícios que entendemos como alongamentos, mas ao mesmo tempo são rituais sagrados e podem ser facilmente confundidos como provocação ao oponente.
No dia em que fomos, as lutas foram muito equilibradas (um indicador de qualidade buscado pelos organizadores) e apenas uma acabou com knock-out técnico. O que mais nos impressionou foi o porte físico dos lutadores. Os mais pesados não devia passar de 70 kg e os mais leves não mais que 45.  Uma das lutas foi de garotos de 14 anos. A princípio achamos que era um pouco desumano, mas em qualquer lugar do mundo, o esporte nacional é praticado desde a infância e ninguém chega a ser profissional em nenhuma modalidade sem ter começado a praticar quando criança.
Mas as pancadas eram de verdade.

Mercado Flutuante
Este é um passeio quase obrigatório para quem visita Bangkok. O sudeste asiático apresenta relevo bastante plano e é fácil ver rios e canais facilmente navegáveis. Então, em alguns lugares se tornou interessante para os estabelecimentos terem as partes dos fundos abertas para quem passa de barco. Logo em seguida, se tornou interessante também vendedores em canoas transitarem para lá e para cá vendendo artesanatos, sopas, frutas e o que mais imaginassem. E, por fim, os turistas se interessaram em ver aquilo tudo.
Num certo dia, pegamos uma van e fomos para um mercado. Com certeza é algo que não podíamos ter perdido. Aquele monte de barquinhos indo pra lá e pra cá, os trabalhadores das lojas às vezes tentando arrastar com um bastão um barco para perto, para tentar convencer as pessoas a comprarem, as canoas se chocando, etc. Comprei uma camisa de algodão que no Brasil custaria uns 60 reais por 12 (provavelmente valia a metade).

Cobra Show
No mesmo dia em que conhecemos o mercado flutuante fomos a uma estranha apresentação. É um Show em um espaço totalmente montado para receber cobras najas e outros tipos, todas peçonhentas em exibições onde o “domador” as provoca com movimentos provocativos e até tapas por trás da cabeça. Este show já foi exibido no Faustão. São vários números. Em um deles o cara “luta” com três cobras, capturando as três, sendo a última com a boca. Em outro, uma cobra é quase arremessada fora da arena, contra o público. No final eles extraem o veneno das cobras na frente de todos, para comprovar o risco que os caras correm para nos ver felizes.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adorei a parte da fila.... #rindomuito!
    Raquel.

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  3. Parece bacana Tailândia. Ricardo vc não se aventurou nas lutas não? Seria interessante...

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