segunda-feira, 2 de abril de 2012

Indonésia - parte 1

Antes da viagem sabíamos pouco desse país, que é formado por milhares de ilhas, é tropical, tem variedade e tolerância religiosa, é barato e de fácil acesso, além de ter vulcões. Então não podia ficar de fora.
Um pouco da História
O espaço que hoje é a Indonésia, até o domínio holandês no século XVII era um amontoado de reinos. Os portugueses chegaram primeiro, mas não conseguiram manter o domínio (exceto no Timor Leste). Sempre foi uma região importante para o comércio na Ásia e este era o principal objetivo de todos que chegaram ali. As populações originais parecem ter tido certa facilidade em absorver culturas estrangeiras e o país é a maior nação islâmica do mundo, embora o induísmo e o budismo também estejam bem representados. O domínio holandês prevaleceu até o início da segunda guerra. Como a Holanda foi dominada pelos alemães, o Japão “herdou” a colônia. Terminada a guerra, a Holanda quis de volta o que “era seu”, mas os Indonésios se negaram a voltar ao status de colônia e disseram mais ou menos assim:
“Nananinanão! Ser colônia de uma potência a gente aceitou até agora porque não tinha outro jeito, mas ser dominado por um país em frangalhos que tomou um pau dos alemães, nem pensar”. E declararam sua independência em 1945. Mas os aliados apoiaram a Holanda em sua reivindicação e houve guerra pela independência até 1949, quando finalmente a Indonésia foi reconhecida como nação soberana. Daí em diante o país passou por vária turbulências, incluindo catástrofes naturais (vulcões, tsunamis), conflitos políticos, militares e ideológicos. Finalmente em 2004, tiveram sua primeira eleição direta para presidente.
A Indonésia tem cerca de 240 milhões de habitantes e uma de suas grandes marcas talvez seja a enorme diversidade cultural. É composta por mais de 17 mil ilhas, mas “apenas” 6 mil são habitadas (e umas milhares nem nome tem).
Jacarta
Estava passando da hora de irmos para lugares realmente diferentes. NZ e Austrália foram novidades, mas Sudeste Asiático prometia adrenalina de verdade. Em 4 de março nos despedimos do André em Brisbane, fomos pra Sydney e de lá pra Jacarta.
Na chegada, pegamos o visto e fomos pra imigração. Renilza vestia camisa da seleção e eu do Atlétoco – MG, uma de treino, com listras verticais laranja e preta. O agente perguntou: “Flamengo?” e eu “Nooo! The best of Brazil! Atlético!” ele “Atlético Mineiro” eu: “YEEEÉS”. Ele pediu uma camisa, mas eu não podia dar. E estávamos oficialmente na Indonésia.
Jacarta não era de nosso interesse e apenas passamos uma noite lá. Estas poucas horas, contudo, foram marcantes, porque tivemos contato com este novo mundo, marcado a princípio pela pobreza material, trânsito caótico, barulho, etc. Mas a manhã seguinte nos animou. O trânsito que parecia caótico tinha uma lógica que funcionava, as crianças que vimos estavam indo para a escola, barulhentas, sempre sorrindo pra gente e com uniformes muito bonitinhos.
Pegamos um voo doméstico pra Manado. Era muito interessante o comportamento das pessoas no avião. A Cia não se preocupava com o excesso de bagagem de mão e cada um levava o que queria pra cabine. As aeromoças às vezes se esbravejavam com um ou outro que não acomodava a bagagem direito, mas ninguém se importava. Durante o voo, uma barulheira constante. Pessoas rindo, falando alto, conversando com amigos sentados a várias poltronas de distância, etc. Parecia uma excursão de BH pra Guarapari. Nada parecido com os voos que estamos acostumados, com pessoas taciturnas, caras sérias, como se estivesse indo cada um salvar o mundo.

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