sábado, 21 de julho de 2012

Nepal - parte 1

Um pouco de história

Monarquias se formaram na região do Nepal desde o século VIII A.C.. A Dinastia Gupta tornou o reino independente e depois disso várias outras se sucederam. Sidarta Gautama, o Buddha é a estrela da história do país. Ele nasceu no século VI A.C. onde hoje é a cidade de Lumbini, que naquela época era parte da Índia e agora é território Nepali. Apesar disso o Hinduísmo é a religião predominante no país. A história do país é recheada de passagens muito violentas.

Exemplo 1: em uma guerra que unificou boa parte do país, o comandante do exército que se tornou vitorioso, após romper a resistência oferecida por uma das cidades contrárias a seus planos, mandou cortar os lábios de centenas de homens para servir de lição. Após a notícia se espalhar, as outras cidades praticamente não ofereceram resistência.

Exemplo 2: no meio do século XIX um tal de Jung Bahadur assassinou o monarca e colocou no poder um pau mandado seu.

Exemplo 3: já em 2001, O príncipe Dipendra disparou contra sua família matando pais, irmãos e quem mais estava no jantar. Foi baleado também, não se sabe se em tentativa de suicídio ou por outra pessoa. Ficou em coma por três dias e morreu. Nesses 3 dias ele foi oficialmente o rei do país.

Os últimos 160 anos foram marcados por várias trocas de poder, envolvendo dinastias de legitimidade altamente contestada, ditaduras, efêmeras democracias, revoltas etc. Até 1990 o Nepal era uma monarquia absolutista. Em 1991, reformas transformaram o país em uma monarquia parlamentarista, que durou até 2006, quando se extinguiu o cargo de Rei. Entre 2006 e 2007 funcionou um governo provisório e em 2008 o país se tornou uma República.

Desde 1990 nunca um governante ficou no cargo por mais de 2 anos, seja por colapso interno, por deposição exigida pelo rei ou pelo congresso. Greves gerais são muito comuns e o sistema produtivo do país vive capengando, principalmente devido à grande instabilidade política, que acaba impedindo investimentos externos. 52% da população é analfabeta.

A organização social compreende também várias aldeias que possuem suas próprias línguas e chefes reconhecidos como soberanos internamente, o que frequentemente complica as relações governamentais.

Gurkha

No início do século XIX houveram vários conflitos envolvendo ingleses, indianos e nepaleses. Numa guerra contra uma organização política do Nepal os ingleses, mesmo vitoriosos ficaram tão admirados com os soldados gurkhas que passaram a recrutá-los. Até hoje milhares de nepaleses se ingressam em tropas especiais e regulares inglesas. É comum a existência de batalhões só de nepaleses, onde o comandante, mesmo sendo inglês deve falar nepalês.

Algum tratado entre governos britânicos e o Nepal permite isto. Hoje o governo do país asiático tenta reverter este acordo, pois seus melhores homens vão defender outro país. Mas ser aceito nas forças inglesas muda a vida de praticamente qualquer jovem nepalês. O salário como soldado inglês é por volta de 50 vezes o ganho mensal médio como trabalhador em seu país natal.

Os Gurkhas são famosos no meio militar pela agressividade, obediência total à liderança e por serem ótimos no combate corpo a corpo, fazendo uso de artes marciais e de sua famosa faca encurvada. Mesmo hoje quando combates corpo a corpo em batalhas são mais raros, eles se destacam pela incrível resistência física, força, adaptabilidade a qualquer terreno e clima e também pelo uso eficaz de equipamentos modernos.

Nos testes de seleção de jovens, uma das provas é uma corrida de cinco quilômetros morro acima em que cada garoto deve levar uma mochila com 25 quilos de pedra. Os argentinos sofreram em suas mãos na Guerra das Malvinas e hoje, tropas inglesas fazem uso do expediente em território iraquiano.

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