domingo, 22 de julho de 2012

Nepal - parte 2

A chegada

O horário oficial o Nepal é 15 minutos deslocado do da Índia. Ou seja, se na Índia é 8h, no Nepal são 8h15. A justificativa seria deixar claro que “aqui não é a Índia!”. Se isto é verdade, quem tomou esta medida nunca deve ter ido à Índia. Eu imaginava o Nepal como um país coberto de neve, mas na maior parte do território isto não é verdade, principalmente em estações quentes. Se dissermos que o Aeroporto Internacional de Kathmandu se parece com a rodoviária de BH estaríamos sendo injustos com nossa estação de ônibus. Mas isto me agradou. Afinal, sendo um dos países mais pobres da Ásia seria hipocrisia equipar um aeroporto como os melhores do mundo só para agradar um punhado de turistas.

Recebemos nossos vistos e da porta do aeroporto já avistamos um rapaz com um cartaz escrito “Ricardo Luís”. O trauma que tivemos na Índia fez isto parece uma grande demonstração de organização. Fomos instalados e gostamos do custo benefício observado. O país estava em greve geral e assim ficou até o penúltimo dia de nossa estada. Vimos passeatas, interdição de estradas, pancadaria pela televisão, mas isto pouco nos afetou. As partes parecem concordar em não envolver o turista nas questões internas. E fazem bem, pois segundo o Lonely Planet cada turista deixa no país o equivalente ao ganho anual de 10 a 12 trabalhadores.

Apagões e Recursos Hídricos

Em todos os dias que passamos em Kathmandu, a capital do país, houveram cortes programados de energia. Em média 10 a 12 horas/dia. Daí se vê o grau de desenvolvimento industrial do Nepal. Certo dia, melhor, certa noite, escura, conversávamos com o dono da pousada em que estávamos e em dado momento o cara nos perguntou se no Brasil havia apagões. Dissemos que não. Há uns 10 anos ocorreu um risco sério de isto acontecer, mas foi devido a um conjunto de fatores particulares, como a péssima administração do governo federal dos investimentos necessários ao sistema elétrico junto com a falta de chuvas. Mas o apagão mesmo acabou não acontecendo. O cara disse: “mas vocês brasileiros tem bons governantes!”. Eu disse que com certeza não era por isto. Mais importante talvez que ter bons governantes é ter um sistema de governo que não fique mudando tanto.

Verdade seja dita, mesmo na ditadura se manteve no Brasil o sistema presidencialista. No Nepal já houve de quase tudo nas últimas 3 décadas. Todo nepalês conhece o Brasil. O que eles dizem é o seguinte: o Nepal é o segundo país do mundo em recursos hídricos e o primeiro é o Brasil. Duvidei desta segunda colocação assim que ouvi o primeiro garoto a proferindo. O Nepal é pouco maior que Pernambuco e imaginando seus mapas, não me lembrava de nenhum rio responsa. Dias atrás pesquisei na Internet e não vi o Nepal mostrado em nenhuma lista dos países com os maiores recursos hídricos. Se alguém tiver alguma informação sobre o assunto, por favor comente.

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