domingo, 18 de novembro de 2012

Turquia - parte 1

Turquia

Um pouco de história

A Península da Anatólia, que constitui a maior parte da atual Turquia, é uma das áreas mais antigas do mundo habitadas continuamente. Falam-se de organizações sociais de mais de 7 mil anos. Dentre os povos que tiveram presença relevante na região estão os Hatitas, Hititas, (rivais do Egito), Assírios, Caldeus, Frígios, Cimérios e muitos outros.

Os gregos chegaram a partir de 1200 a.C., e fundaram cidades importantes, como Mileto, Éfeso e Bizâncio. A Anatólia fez parte das conquistas de Alexandre em 334 a.C. e após sua morte foi fragmentada em vários reinos.

Enfim, chegaram os Romanos. Em 324 d.C. Constantino I escolheu Bizâncio para capital do império (veja que moral!) rebatizando-a de Nova Roma. Após a sua morte mudaria de nome para Constantinopla e hoje, Istambul. Constantinopla foi a capital do Império Romano do Oriente, que existiu entre 286 e o século V, e ficou conhecido como Império Bizantino.

Os Seljúcidas (Turcos oguzes), originários das periferias de domínios muçulmanos, em 1071 derrotam os bizantinos. Mas em 1243 os mongóis derrubam os turcos e a área passa a ser dominada por inúmeros principados. No século XIII, um desses principados, os otomanos (descendentes de Osman) se impôs aos restantes e em dois séculos se tornou um dos impérios mais bem sucedidos da história, o Império Otomano.

Em 1453 os Otomanos conquistam Constantinopla e põe fim ao Império Bizantino, o que muitos consideram marcar o fim da Idade Média.

O Império Otomano atingiu o seu apogeu nos séculos XVI e XVII. E botaram terror. Ameaçaram seriamente a Europa Central e Itália. Como dominavam a principal rota comercial entre Europa e Ásia, os europeus foram forçados a achar outro caminho para chegarem às Índias, o que conseguiram com Vasco da Gama em 1498.

Mas, impérios já nascem fadados a se decomporem. E a partir do século XVIII foi a vez do Otomano começar o seu declínio. Seu final foi decretado pela união à Alemanha na Primeira Guerra. Deram trabalho aos aliados, mas foram derrotados. Tiveram que ceder à França e Reino Unido as terras da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia. Foi imposta a desmilitarização e transformação em zonas internacionais dos estreitos do Bósforo, dos Dardanelos e do Mar de Mármara, além de entregar à Grécia a região de Esmirra, dentre outras perdas. Ou seja: uma humilhação total.

O “acordo” foi tão desfavorável que é claro que um povo tão cheio de brios não ia aceitar quieto. Já a menos de dois anos após o fim do conflito, se iniciava um movimento pela “Independência” turca. A princípio um movimento político, logo se formaram frentes militares em várias direções.

Após travarem guerras contra Armênia, França e Grécia, em 1922 a República da Turquia surge como uma país, tendo suas fronteiras atuais aí delimitadas. O fim da guerra ficou marcado pela troca de populações entre Turquia e Grécia. Cerca de 2 milhões de pessoas foram deslocadas. Muçulmanos foram da Grécia para a Turquia e cristãos ortodoxos fizeram a rota contrária.

Na Segunda Guerra só entrou no conflito em 1945, mas dessa vez, no lado vencedor. Devido à proximidade com a Rússia, recebeu grande apoio militar dos Estados Unidos na Guerra Fria e desde a década de 50 faz parte da OTAN, tendo sido considerada uma forma de barrar a expansão do comunismo na região. Sua localização também é estratégica no sentido de separar a Europa dos países “não alinhados” do Oriente Médio, como Irã e Síria.

Em 1960, 1971, 1980 e 1997 ocorreram golpes de estado militares que interromperam temporariamente a democracia.

A Turquia é muito rica em recursos naturais e tem experimentado nas últimas décadas grandes avanços econômicos. Se não fosse a forte oposição de algumas lideranças, principalmente da França, provavelmente já estaria na União Europeia.

Desde a década de 1970 a Turquia enfrenta um forte movimento do povo Curdo exigindo maior autonomia e até mesmo independência. Em 1984 iniciou-se uma luta armada e mais de 30 mil pessoas já morreram no conflito.

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