domingo, 25 de novembro de 2012

Turquia - parte 4

Chegada em Istambul 

Chegamos de manhã na metrópole turca. Não tínhamos reserva em nenhum hotel. Fomos atrás de uma indicação do Lonely Planet, mas o lugar era um banho turco. Fomos batendo de porta em porta nos hotéis e só achávamos opções caras, até que encontramos o Paprika (Planet Paprika Hostel). Em algumas horas fizemos amizade com o dono, sua assistente e mais três hóspedes turcos que eram praticamente parte do staff. Apesar das limitações de espaço, gostamos dali e ficamos por vários dias. É preciso dizer que Istambul é uma grande metrópole e espaço é algo que tem um alto custo.


Chegamos cansados da noite dormida no ônibus e não resistimos à cama do albergue. De tarde fomos convidados para participar de um protesto. É que no dia anterior um artefato explosivo atirado por tropas sírias contra os insurgentes naquele país caiu em território turco matando uma mulher e vários de seus filhos. A Turquia respondeu com bombardeio e o congresso do país dera liberdade para que o primeiro ministro declarasse guerra à Síria caso ele achasse necessário.

O protesto era contra a entrada do país em guerra. Aceitamos o convite e de noite estávamos lá. Como eu usava uma camisa da seleção brasileira dava para ver claramente os fotógrafos e cinegrafistas me mirando. Acabei sendo entrevistado por uma emissora local. Me perguntaram se eu sabia o que estava fazendo ali e eu respondi que visitava a Turquia a turismo, mas sabendo do protesto resolvi participar porque eu acreditava que um conflito naquela região envolvendo a Turquia poderia levar a consequências de abrangência mundial, por isso todas as nações deveriam dizer não àquele conflito. A galera do albergue gostou.


No dia seguinte começamos a explorar a cidade. De cara aprendemos que Istambul, mesmo sendo uma cidade enorme não fez com que seus habitantes ficassem carrancudos e desatenciosos. Foi a metrópole onde encontramos as pessoas mais agradáveis. A cidade não deixa a desejar em nada a outros gigantes europeus, como Londres ou Moscou. É limpa e organizada, além de ter um charme só seu. Suas mesquitas são muito bonitas e bem cuidadas. 


Apesar de oficialmente o país ser laico e não existir nenhuma exigência legal especial referente ao uso desta ou daquela vestimenta, o uso de roupas cobrindo braços e lenços na cabeça entre mulheres é muito comum. Entre os homens, quase não se via bermudas ou pessoas andando sem camisa, mesmo com o calor que fazia.

O Estreito de Bósforo divide a cidade em duas partes, um lado na Ásia e outro na Europa. Assim, podemos dizer que todos os dias a gente mudava de continente, até mais de uma vez no mesmo dia. Coisa muito chique. Numa das pontes que unem os dois lados centenas de homens se acotovelam na murada disputando espaço com suas varas de pescar.


A região metropolitana de Istambul tem mais de 13 milhões de habitantes e tem gente vivendo ali há mais de 8.000 anos. Nessa época o Estreito de Bósforo nem havia se formado ainda. Incontáveis terremotos aconteceram desde então e pode-se dizer que em nenhum lugar da cidade uma pessoa pode se sentir seguro quanto a isto. Os terremotos são mais um agente que torna a cidade cada vez mais famosa. Mas apesar disso e de outras mazelas, a Turquia sonha em fazer de Istambul a cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2020. Já tem o nosso voto.

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