sábado, 22 de dezembro de 2012

Iran - parte 2

Um pouco de história

Até 1935 o Iran se chamava Pérsia. O nome foi trocado para Iran (Terra dos Arianos) e desde então é tratado por este nome. Uma pena. Pérsia é mais bonito. Após a Revolução Islâmica oficialmente se chama República Islâmica do Iran. A história escrita da Pérsia tem mais de 5000 anos. Por estar no meio do caminho entre Índia e Europa, o país sempre foi importante no cenário mundial. Na região surgiu e floresceu o Zoroastrismo, primeira religião monoteísta de grande porte. Até hoje ela possui seguidores, concentrados principalmente na Índia

Ciro foi o grande nome persa da antiguidade. Venceu seus inimigos e inaugurou uma era de grande prosperidade e expansão. No seu auge, sob o domínio de Dário I, O Império Persa se estendia até o Egito. Ciro é famoso por ter sido relativamente tolerante com as religiões dos povos dominados, algo incomum naquela época.

Mas esta etapa acabou com a chegada de Alexandre, o Grande, em 332 a.C.. O país se tornou parte de seu império, mas após sua morte ficou sob as ordens de seu general Selêuco, que inaugurou sua dinastia. Esta foi substituída por várias outras, que ora ganhavam ora perdiam território até que em 641 o Islã chega na área pra dominar. A Pérsia passou a ser parte do califado omíada e o zoroastrismo perdeu espaço gradualmente.

Mas não houve uma quebra brusca nos costumes persas e sim um intercâmbio cultural muito forte, o que prova que ali estava desenvolvida uma civilização avançada. Com a decadência do califado abássida, várias dinastias se sucederam no domínio da Pérsia ao longo dos séculos. O país foi dominado pelos mongóis e depois disso, pouco a pouco perdeu seu protagonismo regional se tornando fortemente influenciado pelos impérios russo e britânico.

Mais dinastias preenchiam o tempo e o território só minguava, principalmente com a derrota em duas guerras contra a Rússia, quando perderam os territórios que hoje são a Armênia e a Geórgia. Mas a Pérsia começou o século XX querendo tirar o atraso e um golpe pôs no poder Reza Pahlavi, que mudou o nome do país para Iran. Em 1941 o país foi invadido por Rússia e Inglaterra para assegurarem os recursos petrolíferos para si durante a II Guerra. Nessa bagunça, forçaram Reza Pahlavi a abdicar em favor do filho, também Reza Pahlavi.

Com o passar dos anos o governo foi se tornando cada vez mais autoritário, mas tudo acabou com o retorno ao país do Aiatolá Khomeini, que estava exilado. Em 1979 ele lideraria a Revolução Islâmica, que colocaria mais uma vez fogo no Oriente Médio.

Porém, do outro lado da fronteira, Saddam Hussein, islâmico sunita, líder de um país de maioria xiita, temendo que a revolução se espalhasse para o Iraque declarou guerra ao Iran (esclarecendo que, o Iran é quase 100% xiita). A guerra durou 8 anos e não houve vencedor. O Iraque foi apoiado maciçamente por Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética. Mas vendo que Saddan Hussein não era flor que se cheirasse, os Estados unidos passaram a vender armas também para o Iran (de forma clandestina). Contra todas as expectativas, o Iran resistiu e em alguns momentos esteve perto de vencer.

Após o conflito o Iran resistiu a várias provocações e não se envolveu em nenhuma guerra, embora seu nome sempre estivesse na lista negra das potências ocidentais. Vale lembrar que os xiitas são minoria no mundo islâmico e costumam sofrer bastante preconceito dos sunitas. Logo, o Iran volta e meia se vê envolvido em animosidades mesmo dentro do mundo islâmico.

Mas os caras de bobos não tem nada. Devido a tantas ameaças, desde que a guerra contra o Iraque acabou nunca pararam de se armar, e hoje, 24 anos depois, possui uma capacidade militar que tem garantido o respeito de seus inimigos. Isto tem feito Israel se escabelar, já que o Iran não reconhece o Estado de Israel. O Estado judeu em 2012 levou a cabo uma campanha internacional com o intuito de que o Iran fosse forçado a paralisar seu programa nuclear. Israel chegou a divulgar que atacaria o Iran, mas como não teve apoio dos Estados Unidos neste sentido, afinou e desconversou.

Porém, o atual presidente do Iran, Mahmoud Ahmadinejad, tem se mostrado um péssimo articulador na arena internacional. Muitas de suas opiniões poderiam ter sido guardadas para si, principalmente quanto a homossexuais. Suas declarações a respeito do holocausto e sobre a existência de Israel, se fossem mais bem formuladas não teriam gerado tanta polêmica. Mas ele parece não estar nem aí.

O Iran conseguiu uma folga na mídia com último conflito entre Israel e palestinos. Por outro lado, as declarações de Israel vem tendo cada vez menos confiabilidade, já que, com o recente conflito contra os palestinos de Gaza, ficou notório para a comunidade internacional que é sempre interessante para Israel provocar conflitos bélicos com seus vizinhos quando eleições se aproximam, como foi o último caso (e o penúltimo...).

A economia do país sofre com o bloqueio econômico imposto por Estados Unidos e Europa, devido a seu programa nuclear. Mas o país tem uma autonomia razoável, com uma indústria nacional versátil e uma agricultura desenvolvida, além de ainda manterem boas relações comerciais com a China, que é quem realmente produz nesse mundo.

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