terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Iran - parte 4

Tabriz

O hotel tinha internet, mas não era wifi. Tínhamos que usar o PC do hotel, muito lento e com um monte de site que precisávamos acessar bloqueados. Assim, muito pouco nos ajudaria permanecer neste hotel. A cidade até que tem coisas interessantes: um bazar muito famoso e um conjunto de moradas construídas na rocha, semelhante às da Capadócia. Mas a dificuldade para achar lugares para comer, ausência um centro de informações (pelo menos não encontramos) e o despreparo dos próprios funcionários do hotel estava nos desanimando do país.

Renilza, coitada, ainda tinha que se acostumar com a obrigatoriedade de cobrir todo o corpo, exceto rosto, mãos e pés. Então pensamos: vamos embora para Shiraz, que é uma das cidades mais interessantes do país e tem aeroporto internacional. Se não gostarmos de lá a gente vai embora.

Na manhã do segundo dia fomos embora. Infelizmente não tornamos a encontrar a nossa anfitriã. Mas não podíamos ficar esperando ela aparecer e sabíamos que não conseguiríamos ter uma boa conversa no telefone. Paciência. Insha'Allah que ela esteja bem!

Fomos para a rodoviária a pé mesmo. Apenas alguns quilômetros. Sem falarmos nada em farci e sem os vendedores falarem nada em inglês conseguimos comprar nossas passagens para as 14h, apenas apontando os destinos e escrevendo os valores e tempos no papel. Por cerca de 8 dólares cada, compramos as passagens para Shiraz, a quase 1300 km de Tabriz. Fomos para o ônibus que atrasou 40 minutos para partir: uma junta de mecânicos trabalhava no veículo que já era bem velho. Partimos e colocamos na mão de Allah.

Passagem de ônibus em farci

Um sério problema em viagens de ônibus no Iran é que não há previsão de paradas para o uso de banheiros, descanso ou coisa assim. Apesar de ter as pequenas paradas para pegar e descer passageiros, só após quase 8 horas de viagem é que foi possível ir ao banheiro e comprar algo para comer. Então abusamos de algo não muito indicado, principalmente em clima desértico: passamos a beber o mínimo possível de água.

Mas, felizmente, sem nenhuma quebra, após pararmos em apenas um posto de polícia onde nossos vistos foram checados, após 20 horas de viagem estávamos em Shiraz. A cidade é bonita e organizada. Com uma rodoviária que funciona bem e cheia de jardins. Pegamos um táxi para o centro: menos de um dólar. Depois de procurar hotel por cerca de uns 30 minutos, encontramos o Parmis. Pegamos um pequeno apartamento por cerca de 23 dólares o dia, com café da manhã, banheiro, sofá e tudo muito bem organizado. Voltamos a sorrir.

Rodoviária de Shiraz

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