quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Iran - parte 6

Yazd

Aproveitando os ótimos preços do país, nos hospedamos em Yazd em um hotel 4 estrelas. As coisas eram tão baratas que dava até um pouco de pena. Mas aí eu lembrava da época em que o Real estava super desvalorizado e a farra que europeus e norte-americanos (e até argentinos!) faziam no Brasil. E concluía que este era um problema para o Iran resolver.


Bom, em Yazd nossa prioridade era procurar a autoridade competente e esticar nosso visto. Estávamos com dificuldade para achar o local indicado e acabamos pedindo informação na portaria de um quartel do exército. O guardinha chamou seu chefe, talvez um sargento, que nos mandou entrar em seu carro e nos levou no escritório da Polícia Turística. Demos entrada no pedido pela manhã e de tarde fomos buscar os passaportes recarimbados.

Os policiais gostaram da gente e ficamos um tempão ali batendo papo, falando de futebol, política, guerra, etc. Um deles, o que falava inglês melhor, sabia bastante sobre o Brasil e nos perguntou sobre nossos problemas com o tráfico e violência. Falamos que isto era uma vergonha para a gente, mas o Brasil é realmente um lugar violento. Ele ficou impressionado e perguntou se a polícia não fazia nada. Respondemos que, em alguns casos a polícia era ainda pior que os bandidos, que a corrupção era muito grande... ele ficou abismado, traduziu para os colegas, que ficavam embasbacados e nos perguntou se o governo não fazia nada. Respondemos que sim, que em vários Estados a preparação do policial estava melhorando e que seus salários também, mas que a violência tem um componente cultural e uma cultura não se muda de um ano para o outro, mas leva gerações.

Em outro assunto, ficamos impressionados com a tranquilidade que eles demonstravam em relação à possibilidade de um conflito com Israel. Antes de entrarmos no Iran imaginávamos que o país estava em clima de guerra, com as pessoas armazenando comida, soldados em movimento, essas coisas. Mas já no país vimos que o clima era outro. Com várias pessoas que conversamos sobre o assunto, quando mencionávamos Israel, elas afirmavam com a maior tranquilidade que Israel não teria coragem de atacar sozinhos e os Estados Unidos não queriam mais uma guerra. E o que eles mais esperavam era que a situação econômica melhorasse logo.

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