sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Iran - parte 7

Um passeio com duas hospitaleiras iranianas

Buscávamos informações de como chegar aos hotéis históricos de Yazd, quando duas simpáticas senhoras que entravam num táxi nos ofereceram carona. Caty é esposa de um diplomata em missão na Tailândia e visitava familiares em Yazd. Fátima é artista plástica e casada com um dentista. Passamos o dia juntos.


Almoçamos, elas nos mostraram os hotéis históricos e fomos juntos ao Templo do Fogo, lugar sagrado dos zoroastristas. Elas não nos deixavam pagar nenhum táxi e eram muito interessantes. Ajudaram Renilza a comprar mais um lenço e, já de noite, quando passávamos em frene a uma joalheria, propuseram, assim do nada, que entrássemos e que Renilza experimentasse algumas joias, só para tirar foto (?). O marido inocente topou. Enquanto uma ajudava Renilza a se produzir, a outra falava comigo: “você precisa comprar umas joias para ela. Esse anel que ela usa é muito pouco”. E eu, na maior inocência respondia que não, que ter joia no Brasil poderia ser perigoso, por causa da violência...”. 


Olhei lá dentro e vi Renilza se olhando no espelho cheia de ouro e com os olhinhos brilhando. Perguntei o preço e cara disparou “4800 dólares”. Mesmo com aqueles três pares de olhos femininos me fuzilando, agradeci dando um monte de desculpas, cada uma melhor que a outra, mas é claro que não compramos. Mas a brincadeira foi engraçada. Nossas amigas estavam realmente tentando ajudar Renilza a ganhar joias do marido, pois uma mulher não pode viver assim, sem ouro e pedras preciosas. Era um absurdo. Mas no fundo elas entenderam que no nosso nível social, não é comum as mulheres terem joias no Brasil.

No final da tarde tomamos um chá e a Caty nos ensinou que os cubos de açúcar não devem ser colocados dentro da xícara, mas sim atrás dos dentes. Experimentamos e gostamos da sensação do açúcar derretendo na boca com o chá quente. A Fátima, que é de Teerã nos convidou para jantarmos com sua família quando estivéssemos na capital. Trocamos e-mails e telefones e nos despedimos.

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