domingo, 30 de dezembro de 2012

Iran - parte 8

Museus de Yazd 

Em Yazd visitamos vários pequenos museus, que, em conjunto, contam bastante da história e dos costumes do país. São bem cuidados, mas falta investimento para que fiquem mais confortáveis e interessantes. Em um deles, conhecemos o Ramin. Sujeito muito inteligente, que, sendo funcionário do museu, nos explicava cada peça do acervo, falava da história do país e do Islã, enquanto falávamos do Brasil. Conversa vai, conversa vem, falamos em que hotel estávamos, porque tínhamos escolhido o Iran, etc. 

Ainda neste dia, entramos em uma loja para subir na sua laje e ter uma visão panorâmica da cidade. Esta é uma das coisas que você não pode deixar de fazer em Yazd. As casas, construídas de uma mistura particular de barro e palha, tem a cor do deserto circundante e tem uma arquitetura ímpar. Vale a pena ficar perdido por uma hora nas ruas antigas da cidade, apreciando esta arquitetura e entrando em mesquitas.


Visitamos também a Prisão de Alexandre, lugar que ele usou como tal e ficou preservado. Tentamos comprar um passeio pelo deserto, mas a agência tinha um esquema complicado: teríamos que pagar adiantado, mas o tour só ocorreria se conseguissem um determinado número de pessoas. Se o número não fosse alcançado, teríamos que voltar para recuperar a grana. Resolvemos não contratar. O dia foi longo e voltamos para o hotel. 

Bons amigos

Já havíamos jantado e o telefone em nosso quarto toca. Era o Ramin, o cara do museu, que nos ligou convidando para um chá em sua casa. Topamos. Fomos até a estação ferroviária e ele nos buscou lá de carro. Sua casa era bastante simples, mas aconchegante, com uma sala cheia de tapetes espalhados. Ele nos apresentou sua esposa Zeynab, uma jovem estudante de medicina.

A conversa ia animada quando Ramin cria uma situação toda especial, e começa a nos perguntar: “vocês se interessam por...” nesse momento pensamos que ele ia nos oferecer alguma coisa ilícita, ou nos contar que tinha algum esquema de tráfico de bebidas, ou, sei lá! Mas ele apenas disse: “vocês se interessam por ouro?”. Não sabíamos direito o que responder, mas dissemos que o único que tínhamos eram nossas alianças. Mas a Zeynab nos mostrou as joias que usava naquele momento e falamos um tempão sobre isto, até que chega um casal de amigos com uma criança.


O cara tinha uma loja de peças de carro e a esposa é enfermeira. Depois de devidamente apresentados, passados alguns minutos, Renilza, que já tinha sacado que é importante para as iranianas exporem suas joias, pede à recém chegada para ver de perto suas pulseiras, e recomeça a exposição da joalheria. A noite foi muito legal. Ficamos lá, entre chás, frutas, biscoitinhos e doces até quase 2 da madrugada. O Ramin pediu uma aula de português e ensinamos algumas coisas para eles. A Zeynab era muito caladinha, mas muito esperta, aprendia as coisas até mais fácil que o Ramin.

Ficamos muito a vontade para falar de quase tudo. Falamos sobre governos, religião, e cultura. O Ramin, como praticamente todos os iranianos, é um devoto fervoroso, mas é muito consciente da sua religião, do Corão, dos outros livros e nos ensinou muito sobre sua fé, de uma forma bem tranquila.

No fim da noite ele ainda nos levou no nosso hotel.

No dia seguinte ele nos ligou de novo e nós os convidamos para um chá no hotel. Mais uma noite muito agradável. Saímos dali com muita vontade de continuarmos aquela amizade.

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