segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Polônia - parte 1

Polônia

Entramos na Polônia pelo aeroporto de Cracóvia. Sem maiores dificuldades, passamos pelas burocracias. Fomos até uma máquina para comprar tickets de ônibus. Não tínhamos trocado, mas um homem da igreja, acho que um frade, nos forneceu uma quantia bem maior que a necessária. Tentamos pagá-lo em euro, ou que ele trocasse nossas notas grandes, mas ele se recusou, dizendo: “presente de boas vindas da Polônia”.

No primeiro restaurante que fomos a garçonete nos atendeu com um caloroso “hello!”. Era tudo que ela sabia de inglês, mas com um sorriso enorme, nos ajudou a montar nossos pratos, sempre sorrindo.

Gostamos muito quando os outros nos dão dinheiro, e mais ainda quando somos bem tratados e o tempo estava ótimo. Ficamos muito otimistas a respeito dos próximos dias.

Um pouco de História

No ano de 966 surge o primeiro estado Polaco, com um território parecido com o atual. No século XIII foi devastada pelos mongóis e no XIV foi reunificada pelo rei Ladislaw. O país conseguiu se manter de fora dos que foram atacados pela Peste Negra, do que se supõe que possuíam conceitos de higiene e organização melhores que os países do outro lado da Europa.

Os polacos tinham muita afinidade com a Lituânia e através de tratados entre estas nações, a Polônia progrediu muito, chegando a ser no século XVI o maior país europeu. Essa prosperidade teve fim no século XVII, quando a Suécia invadiu o país. Esta invasão seguida de revoltas internas e mais o assédio de outras potências condenaram o país a sumir do mapa e só foi recolocado em 1807, por Napoleão.

Isto não durou muito, e logo o país já estava invadido, dividido e anexado pelos vizinhos. Tenho a impressão de que estes nunca levaram a sério a existência dos polacos. Várias vezes invadiram, anexaram e dividiram o país, com a Rússia quase sempre envolvida. Não é a toa que sentimos algumas vezes um grande desprezo no país pela Rússia.

Ressuscitou novamente em 1918, mas em 1939 foi ocupada pela Alemanha e URSS, que mantinham um tratado de não agressão que até o momento ia bem. A invasão alemã foi o estopim para que nações do ocidente declarassem guerra à Alemanha. Na segunda guerra foi o país com a maior perda humana proporcionalmente à população original, já que além de ter sido invadida foi um dos cenários de guerra mais ativos em todo o conflito.

Nos últimos 2 séculos, que eu consegui contar, a Polônia teve pelo menos 9 configurações territoriais e chegou até a desaparecer algumas vezes. Mas os polacos tem uma estrutura cultural muito forte, formada por hábitos, e principalmente uma língua única, extremamente difícil para nós. Tente pronunciar as palavras przeszlość, Szkocji, strzal, dluższy przyjeździe. Não dá para negar que se esforçaram ao máximo para manterem-se como um país, mas tiveram o azar histórico de estarem cercados por nações muito competentes em assuntos militares e deu no que deu.

Com o fim da Segunda Guerra a Polônia voltou a existir, mas ficou sob forte influência soviética e por isto se tornou ou país socialista. No início, o governo era muito autoritário, seguindo influencia de Stalin. Mas na sucessão de ditadores, aos poucos as liberdades civis foram aumentando e em 1980 surgiu o Sindicato independente “Solidariedade”, que ficou mundialmente famoso e se tornou uma força política.

Em 1990, Lech Walesa, candidato pelo Solidariedade vence eleições presidências, prenunciando o fim do socialismo europeu. Com a queda do comunismo soviético e países alinhados, todas estas nações passaram maus bocados em suas organizações sociais e econômicas, chegando alguns a terem seus PIB’s reduzidos em 50%.

Contudo, a Polônia aplicou bons programas econômicos que, mesmo sendo cruéis com a população no início, levaram o país a ser o primeiro do antigo bloco a se recuperar. Hoje faz parte da União Europeia. Seus indicadores sociais são muito bons, ostentando IDH de 0,813 e alfabetização de 99,3%.

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