sábado, 27 de outubro de 2012

Romênia - parte 2

De volta para a viagem

A chegada à Romênia marca o retorno ao nosso roteiro. Saímos de madrugada de Milão e ainda de manhã estávamos no Aeroporto Internacional de Bucareste. Nos primeiros corredores do aeroporto já víamos propagandas estreladas por Nádia Comaneci, a segunda pessoa nascida na Romênia mais conhecida no mundo (a primeira com certeza é o Drácula).

Fazia um calor infernal, mas não achamos isto ruim. A entrada foi tranquila, com as perguntas básicas das autoridades (propósito, lugares que visitaremos, tempo, etc). Pegamos um ônibus no aeroporto e descemos alguns quilômetros antes do local desejado. A caminhada foi boa para termos certeza de que o pé de Pretinha estava bem. Enfim, de volta ao leste europeu.

Um pouco de história

Documentos históricos persas de mais de 2500 anos comprovam que Dario havia encontrado tribos vivendo na área da atual Romênia. Eram os Getas. Vários povos caminharam e deixaram suas marcas por lá depois disso: Dácios, Godos, Gépidas, Avaros... Muitos impérios dominaram a região, como o Huno, o Búlgaro, Romano, Otomano, Russo.

O nome “Romênia” vem de a região ter sido uma província do Império Romano naquela área que era na sua maioria dominada por povos de tradições muito diferentes das de Roma. Isto fica claro quando se compara o idioma Romeno com as línguas dos países vizinhos (Bulgária, Ucrânia, Hungria). A língua romena é de origem latina e várias palavras são perfeitamente entendíveis para nós (rua = strada, casa = acasa, homem = om, mulher = femeie). .

A Romênia moderna nasceu quando os principados da Moldávia e da Valáquia fundiram-se em 1859. Após a Primeira Guerra (na qual aliou-se às potências da Tríplice Entente), a Romênia viu a sua área de soberania duplicada com as aquisições da Transilvânia e da Bessarábia.

A Transilvânia é uma região com belíssimas montanhas, dotadas de picos pontudos, que ficou especialmente famosa depois da publicação da obra do escritor irlandês Bram Stoker, “Drácula”, de 1897.

Vlad III, que governou esta região por vários anos no século XV e foi a inspiração para Bram Stoker é historicamente conhecido por sua política de independência em relação ao Império Otomano, cujo expansionismo sofreu sua resistência. Dentre suas “técnicas” para aterrorizar os inimigos, estaria a empalação, que é um método de tortura e execução que consiste na inserção de uma estaca no ânus, vagina, ou umbigo até que o corpo seja atravessado. Era usual deixar um carvão em brasa na ponta da estaca para que, quando esta atingisse a boca do infeliz este levasse algumas horas para morrer de hemorragia. Usava-se também cravar a estaca no abdômen. O cara tinha estilo, mas vampiro mesmo ele não chegou a ser.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Romênia tornou-se um estado comunista sob direto controle econômico e militar da URSS até 1958. O Regime se acabou com a queda do ditador Nicolae Ceausescu na Revolução de 1989. Como todos os outros países do bloco socialista na Europa, os anos após o colapso foram duros. Em 1997 a Romênia iniciou um grande programa de reformas estruturais e estabilização macroeconômica.

Apesar das nítidas melhorias, a Romênia ainda enfrenta vários problemas-chave: corrupção elevada, falta de transparência a respeito dos gastos públicos, falta de competitividade econômica, especialmente no sector agrícola. Em 2007, passou a fazer parte da União Europeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário