sexta-feira, 17 de agosto de 2012

China - parte 1

Visto

A china em nenhuma etapa do planejamento ficou de fora dos planos. Era um país de nosso interesse, os custos prometiam ser baixos e sua localização é privilegiada. Mas a burocracia para obtenção de vistos quase nos fez desistir. Para começar, estávamos informados que um visto de turista tinha validade de 90 dias após a emissão. Então tivemos que iniciar a viagem sem o documento e tentaríamos a sua obtenção em alguma embaixada pelo caminho.

A primeira tentativa foi em Bangkok, mas a fila era tão grande que desistimos, pois naquele dia ainda tentaríamos o visto da Índia. A segunda vez foi no Vietnam. Entramos na embaixada, pegamos o formulário e o preenchemos. Fomos atendidos por uma mulher muito mal educada. Escolhemos no formulário uma opção que nos cobrava 40 dólares de cada e o prazo seria de 3 dias para a emissão. A data de entrada seria para dali a um mês e a de saída para uns 20 dias depois, ou seja, tudo incluído no período dos três meses.

Esta regra estava escrita no próprio formulário. Porém, a mulher mal encarada disse que o prazo de validade do visto era de apenas 1 mês e nossa data de entrada já estaria fora da validade do visto. Não entendemos e apontamos a parte do formulário impresso que dizia que a validade era de 3 meses. A vaca pegou os formulários, fez um “X” de todo tamanho em cima do 3 e escreveu por cima o número 1, indicando que a validade do visto agora era de apenas 1 mês após a emissão. Recolhemos nossos documentos e fomos embora.

A derradeira tentativa já foi no Nepal, último país antes de adentrarmos nos domínios chineses. Ali a coisa era um pouco mais delicada, pois a questão do Tibete ocupado pela China é latente. O Tibete é uma área espremida entre o Nepal e a China. O governo chinês só permite a visita de turistas ao Tibete através de agências estatais, de forma que o turista só visitará pontos escolhido pelo governo e só poderá escutar a versão da China em relação ao covarde domínio sobre o Tibete.

Há um atendimento diferenciado só para monges tibetanos (não sabemos se é pior ou melhor do que o convencional). Há pouca informação em inglês e o processo burocrático é bastante complicado. Preenchemos o formulário, pegamos a fila e entregamos a documentação. 4 dias depois retornamos e pegamos de volta os nossos passaportes com os vistos. Surpresa! Os vistos tinham 3 meses de validade, ao contrário do que definira a funcionária da embaixada da China no Vietnam. Concluímos naquele momento que a China estava se lixando para o turismo no país. Acostumada ao ritmo acelerado de crescimento com pleno emprego na indústria, parecem ter decidido abrir mão da grana que entra através do turismo. Sem contar que isto evitaria que as pessoas voltem para casa falando mal do regime do país. É chato começar um país com esses pensamentos. Fazer o que?

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