quarta-feira, 29 de agosto de 2012

China - parte 14

A transiberiana

Chegamos a ler em algum lugar que a Transiberiana era o Everest dos mochileiros. O sonho de 10 entre 10 viajantes. Talvez seja exagero, mas a gente estava apreensivo. Há várias formas de fazer esta viagem. As mais comuns são de Moscou a Vladvostok, totalmente na Rússia, Moscou a Beijing via Mongólia e Moscou a Beijing via Manchúria. Escolhemos esta terceira opção, acrescentando o trecho Moscou – São Petersburgo. Porém no sentido seria inverso, partindo de Beijing. No total seriam 9.700 quilômetros. Isto corresponde a quase um quarto de uma volta ao mundo feita na linha do equador.

Como os países envolvidos estão, para nós ocidentais, classificados como “exóticos” e pouco se fala de Inglês tanto de Beijing quanto em Moscou, para quem começa em Beijing o Lonely Planet acaba indicando que se procure a agência CITS. Não ficamos satisfeitos. Sabíamos que era possível comprar as passagens diretamente na estação. Fomos a um centro de informações turísticas em Beijing para saber como comprávamos esta passagem na estação. Ele disse que não dava, que tínhamos mesmo que procurar a CITS, etc. Não aceitamos e fomos atrás de mais informações. Depois de estudar muito definimos o seguinte: iríamos de Beijing a Mănzhōulǐ, cidade chinesa na fronteira com a Rússia. Passaríamos a fronteira de ônibus, viagem de 15 minutos e chegaríamos a Zabaykalsk. Daí era ir pela Rússia até chegarmos a São Petersburgo.

Chegamos na estação e descobrimos que no guichê 16 era possível o atendimento em inglês. Tentamos comprar a passagem, mas só vendiam com no máximo 3 dias de antecedência. Então tivemos que esperar. No dia em que voltamos para comprar, pedimos que a recepcionista do hotel escrevesse em um papel o que queríamos. O atendente não falava aqueeeeeele, inglês, mas se esforçava. Conseguimos comprar os bilhetes em um trem local, bem mais barato, mas só tinha vaga para cadeira, que depois viemos a descobrir que era bem desconfortável. Por 64 reais cada, compramos as passagens para um trecho de 36 horas. Bilhete personalizado, com o número do passaporte impresso. O primeiro passo estava dado.

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