domingo, 5 de agosto de 2012

Nepal - parte 6

Pokhara

Depois de alguns dias na capital rumamos para Pokhara, a segunda cidade mais importante para o turismo no país. Lá é o ponto de partida para os trekkings pelo ao redor do Annapurna, pico com 8091m de altitude, além de ter um belo lago e voos de parapente. Essas caminhadas estão entre as atividades turísticas mais populares do Nepal. Na caminhada passa-se de 3000m de altitude e de vários pontos se aviste de “perto” a montanha. Não fizemos este passeio. Uma trilha dessas pede de vários dias de caminhada e não estávamos preparados para isto. Nosso esquema era mais relax.



Tiramos um dia para andar de barquinho no lago e logo pela manhã alugamos nossa canoa. A negociação é pesada, mas necessária. Acho chato, mas Renilza gosta do confronto. Acaba sendo um exercício, pois na China, sabemos que é ainda pior. Atravessamos o lago, fizemos um piquenique em uma prainha e jogamos baralho. Estávamos sozinhos até que três garotos chegaram também em uma canoinha mais rústica que a nossa. Na verdade já nos bisbilhotavam de longe, mas não ligamos.

Eles eram curiosos e ficaram rodeando, olhando as cartas e tentando entender o jogo. Um deles pegou nossa câmera e começou a mexer. Interrompemos o jogo e os mostramos como funcionava, tiramos uma foto deles. Algumas crianças gostam de serem fotografadas só para verem suas fotos no visor da máquina depois, simplicidade pura. O menor dos garotos, de 13 anos, nos pediu cigarro. Eu disse que não tinha e que ele era muito novo para fumar. Ele disse que era para o mais velho, que não falava inglês e teria 15 anos. Dissemos que ainda assim era  muito jovem e mesmo que tivéssemos não daríamos cigarros a eles... mas na Ásia se fuma muito mesmo. Foram embora e pouco depois fomos também.

Pesquisamos preços de voos de parapente, mas o mais barato conseguimos com o próprio dono da guesthouse, que ainda nos arrumou emprestado dois pares de tênis, já que tínhamos perdido os nossos e queríamos esperar para comprar novos na China. O bicho pegava no país, a vários dias em greve geral. Para evitar confusão, para ir para a rampa tivemos que acordar às 4 da madrugada, para subir com os pilotos e seus equipamentos. Tivemos que esperar até por volta das 10h para voar. Como recompensa acompanhamos minuto a minuto o nascer do sol, avistando o Annapurna. Esperamos muito e conversamos bastante com os rapazes, aprendemos um bocado sobre o Nepal, Índia, parapente.

Renilza foi primeiro, com um piloto indiano. Fiquei preparado, com a câmera ajustada para filmar sua decolagem e registrar o inevitável grito. Mas ela foi tranquila. O piloto tentou algumas vezes aprumar a vela (o paraquedas em si), Renilza já presa ao seu equipamento e quando a vela se inflou ambos correram rampa abaixo. Se descolaram do chão e lá se foi minha mulher. Voou para um lado e para outro e foi subindo.



Tive que esperar um pouco para voltar a ventar. O meu piloto é búlgaro e fala português. Yassin é um cara interessante. Esteve no Brasil para uma competição internacional de parapente, em Araxá e ficou 3 meses. Sabia que Dilma era de origem búlgara e sabia muito mais do Brasil. Ele disse que queria voltar lá. Gostou muito das “mulheres pretas”. Ele era DJ e gostava muito da música brasileira. Falou de artistas que eu nem conhecia. Finalmente o vento veio e ele conseguiu aprumar a vela.

Para pegar voo não é tão difícil. Quando o piloto te manda correr você tem que disparar morro abaixo, arrastando junto com ele o equipamento contra o vento. Fomos de encontro ao precipício, mas vários metros antes do limite meus pés já não tocavam o chão e estávamos voando. Aproveitando as correntes de ar o piloto vai posicionando a vela e a gente vai subindo. A vista da paisagem neste tipo de voo é especial. Pode-se ver detalhes dos quintais das casas, as pessoas, animais, a geografia, tudo com o vento batendo na cara. Eu fiquei um pouco enjoado, mas não atrapalhou o passeio. O Yassin me ensinou a direção em que devia apontar a cara caso eu vomitasse, mas não foi preciso. Se você quiser o cara faz acrobacias, mas é claro que eu não queria. Enfim, pousamos. Me encontrei com Renilza que pousara pouco antes e fomos ao escritório pegar nossos DVD’s.

Na manhã seguinte voltamos para Kathmandu.

2 comentários:

  1. Olha, Rê! Achei que o Ricardo tava romântico neste post...
    Eu também fiquei enjoada no dia do meu salto duplo de paraquedas...
    Beijos

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  2. Eu sou um romântico irreparável mesmo, hehehe.

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