sexta-feira, 17 de agosto de 2012

China - parte 2

Um pouco de História

A história chinesa é registrada desde o século XVI a.c.. Possui uma das civilizações mais antigas a existir de forma contínua. A partir do século II a.c. já se registra um império com enorme extensão territorial. Um eficiente sistema burocrático e um alfabeto único disseminado em uma vasta região possibilitou as seguidas dinastias controlar o império. Este se separou e se reagrupou algumas vezes e potências externas dominaram o país em outras ocasiões, o que ajudou a moldar a cultura chinesa. Dinastias e mais dinastias se sucederam por mais de 20 séculos. A última, Qing, teve seu fim decretado em 1912.

Várias descobertas que mudaram os rumos da humanidade foram façanhas chinesas, como a pólvora e a bússola. Desenvolveram o Kung Fu, uma das artes marciais mais eficientes e belas, a acupuntura e uma culinária extremamente diversificada e saborosa. Navegaram por todo o globo quando os europeus se recusavam a aceitar a redondeza da Terra. Inclusive estiveram no Brasil bem antes de Cabral.

Ter os mongóis como vizinhos teve o seu custo. Certa vez o país estava dividido e os Mongóis conseguiram subjugar todos os sub-reinos, o que vez a China ser parte do império mongol sob o domínio de Kublai Khan.

Apesar de contar com uma enorme população, o domínio da fabricação do aço, de serem experts em artes de guerra, disputas internas sempre minaram ou mesmo causaram a separação do território. Esta desordem foi bem aproveitada por potências europeias e até os Estados Unidos chegaram a dominar a força fatias de terras chinesas.

Os ingleses se lambuzaram no mel, obrigando a china a liberar o consumo de ópio produzido na Índia e arredores. A China tentou proibir a venda e o consumo da droga por duas vezes e nas duas a Inglaterra respondeu com chumbo, vencendo as duas Guerras do Ópio. Numa dessas Hong Kong foi cedida aos ingleses por 99 anos como indenização. Assim, o país entrou no século XX humilhado e ofendido.

Um movimento republicano pôs fim à última dinastia chinesa em 1912. Mas a república não conseguiu se manter e uma sucessão de conflitos, governos militares, assédios comunistas de influência soviéticas, guerrilhas e o que mais foi possível manteve o país completamente avacalhado entre 1912 e 1949.

O Japão se aproveitou como pode na Segunda Guerra e se não fosse a enorme população e a vastidão territorial, certamente teria dominado todos os recursos e dado mais trabalho aos aliados no conflito. Durante o conflito, dois lados políticos que faziam uma guerra civil se juntaram para tentar forçar a retirada dos japoneses. Os japas se foram e a guerra civil continuou.

O Partido Comunista Chinês (PCC) que mantinha uma guerrilha agora liderada por ninguém menos que Mao Tse Tung finalmente em 1949 chega ao poder. Toda a organização do país de agora é uma sequência deste movimento. Não é a toa que fotos de Mao estão espalhadas por todo país, em prédios públicos, dentro de casas e estabelecimentos.

Deste então a China deixou de ser um país vira-latas e assumiu uma postura imperialista que tem seu poder cada vez mais presente no globo. A invasão do Tibete, o apoio ao genocídio praticado pelo Khmer Vermelho no Camboja, tensões com o Vietnam, ameaças constantes a Taiwan (onde se exilaram os fugitivos quando Mao tomou o poder), guerra contra a Índia, uma ditadura em vários momentos muito violenta fazem do país um dos mais temidos do mundo.

Possuem um vasto arsenal nuclear, é um dos três únicos países com capacidade de enviar e trazer de volta homens ao espaço (junto a Estados unidos e Rússia); possui submarinos nucleares, etc, etc. Ou seja, ninguém quer mais ter a China como inimiga. Sua economia cresce muito a cada ano. Não raro apresenta crescimento acima de 10% ao ano. O resultado disso já é visível nas ruas e casas mesmo no Brasil, onde carros, eletrônicos e todo tipo de bugiganga está pra todo lado.

É um país hoje com poder de decretar uma crise econômica mundial quando bem entender. Em algumas décadas se consolidará como a maior economia do planeta se a projeção de crescimento se concretizar.

Espero que não sejam vingativos. E se forem, que lembrem-se que o Brasil nunca fez nada de mal para eles. Indo por esta linha de pensamento, portugueses, ingleses e japoneses devem ir dormir todas as noites se borrando...

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