sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cuba - parte 4

Santa Clara

Localizada bem no centro da ilha, Santa Clara é uma importante cidade cubana, mas que não teria nenhum interesse turístico se ali não tivesse se passado um dos momentos mais emocionantes da revolução. Em 1958, o presidente Fulgêncio Batista tentou eliminar a guerrilha encurralando-a na Sierra Maestra, a leste da ilha. Fidel, sacando que ali estava a maior parte das forças de oposição, ordenou que alguns de seus batalhões se espalhassem pela ilha, tomando instalações militares e fustigando como pudessem as forças de Batista. O negócio deu muito certo.


Em dezembro de 1958, Batista tentou enviar um comboio com reforços e muitas armas e munições para o leste da ilha, mas o grupo de Che, que já dominava boa parte das cercanias de Santa Clara, fez descarrilhar o trem e, mesmo em número muito reduzido e mal armado, conseguiu fazer render todo o regimento. Este evento foi a gota d’água para Fulgêncio Batista, que se vendo sem esperanças, fugiu do país, deixando-o para os guerrilheiros. Che dominou a cidade e ali se tornou especialmente popular, de modo que a Santa Clara ficou conhecida como a cidade de Che. Quando o corpo de Che foi encontrado na Bolívia em 1997, ele foi enviado a Cuba e em Santa Clara foi construído um enorme memorial, contendo seu mausoléu, que é visitado por milhares de pessoas todos os anos.

Fora o contato com o mito de Che, a cidade não chega a ser especial. Mas ali ficamos na melhor casa de família desde minha primeira visita a Cuba. A dona da casa, Dona Yolanda, ou Yoli, cozinhava muito bem e, com seu marido, era especialmente agradável e ambos gostavam muito de bater um papo. Yoli nos contou que quando Che dominara a cidade ela tinha 8 anos e se recorda dele como um jovem moreno, muito cabeludo e com barba meio rala, que estava sempre rindo e sempre com pessoas por perto querendo conhecê-lo. Ela contou como os guerrilheiros usaram coquetéis molotov para incendiar os vagões e forçar os soldados a saírem. Falou também sobre como era o Vaquerito e das comunicações entre Che e Camilo pela rádio revolucionária. Nos disse que todos na cidade estavam torcendo pelos guerrilheiros. A casa de Dona Yolanda e Pedro se chama “Hostal El Limonero”.

  
O trem que foi tomado pela guerrilha e o trator usado para danificar os trilhos causando o descarrilamento foram convertidos em monumentos que ficam expostos em um tipo de museu a céu aberto junto à linha. Conhecemos o local por acaso. Andando pela cidade, em um ponto pegamos a linha e pouco depois chegamos ao monumento. Ali se pode entrar nos vagões, onde estão expostos fotos, documentos e algumas armas capturadas na tomada do trem.


A praça central de Santa Clara é bonita, com os prédios todos em bom estado. Passando alguns dias na cidade, não há como não visita-la. Mas o principal a ser visitado é o “Conjunto Escultório Memorial Comandante Ernesto Che Guevara”, ou “Memorial do Che”. O pessoal ali caprichou. Fizeram um museu sobre a vida de Che e dentre outras coisas, tem uma sala onde seus companheiros de guerrilha são homenageados. Porém, o mais imponente é uma enorme estátua do Che ilustrando sua entrada na cidade, com um fuzil em uma mão e o outro braço engessado, pois ele havia quebrado o braço dias antes.


Um comentário:

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