terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Peru - parte 1

Um pouco da história do Peru

Nas terras do Perú se desenvolveram as primeiras civilizações da América, sendo a primeira delas de nome Caral, que floresceu na costa do pacífico entre 3000 e 1800 anos a.C.. Substituindo umas as outras e às vezes coexistindo, vieram outras, como Cupisnique, Chavin, Paracas, Nazca, Wari e Chimu. A última civilização pré-colombiana e que foi o maior estado desses tempos foi a Inca. Em pouco mais de um século, usando da força ou de assimilação pacífica, os incas dominaram uma área que ia desde o Equador até o noroeste da Argentina. Foram bem longe no desenvolvimento de técnicas de construção e agrícolas. Conseguiram tornar agricultáveis terrenos extremamente acidentados e em grandes altitudes. Também eram bons na pesca e na criação de animais.

Mas tudo se ruiu com a chegada dos Espanhóis. A varíola trazida por estes de forma não intencional fez um estrago tão grande que antes mesmo dos primeiros combates o império já estava arruinado e não era nem sombra do que fora anos antes. O Imperador Inca Huayna Capac já havia morrido em uma epidemia e deixou o reino em disputa entre seus dois filhos. E foi nessa ordem das coisas que os espanhóis dominaram tudo de forma incrivelmente fácil, vencendo exércitos muito maiores porque tinham melhores estratégias, armas e experiência militar. Afinal, além de tudo, os incas estavam acostumados com guerrinhas contra tribos vizinhas ou povos bem mais fracos e desta vez toparam com a Espanha, país cuja maior especialidade que um dia teve foi dominar e roubar povos mais fracos usando das técnicas mais covardes possíveis e sem um mínimo de ética. 

Em 1542 a Espanha criou o Vice-Reino do Peru, que incluía todas as suas colônias da América do Sul. Já em 1570, o vice reino estava organizado com uma economia baseada na mineração com o uso maciço de mão de obra escrava indígena. Os produtos peruanos deram muita mordomia à Espanha, mas no século XVIII as divisas enviadas para a Espanha já não eram aquelas coisas e a Espanha aumentou impostos e dividiu o vice-reino peruano. Várias revoltas surgiram aí e todas foram derrotadas. 

No início do século XIX, enquanto a maioria da América do Sul era assolada por guerras de independência, o Peru continuou a ser um reduto monarquista. Como a elite hesitou entre emancipação e lealdade para com a Espanha, a independência foi obtida apenas após as campanhas militares de José de San Martín e Simón Bolívar. Durante os primeiros anos da República, lutas endêmicas pelo poder entre líderes militares causaram instabilidade política. Ou seja, ninguém queria lutar pela independência, mas quando ela veio, todos queriam o poder. 

Quando a Bolívia foi atacada pelo Chile por questões de taxações de empresas chilenas que operavam minas em seu território o Peru teve que entrar em guerra junto com a Bolívia contra o Chile porque os dois países tinham um acordo de proteção mútua. O Peru, sabendo que o poderio do Chile era superior ao da dupla, tentou uma solução diplomática, mas não teve jeito. O pior foi que a participação da Bolívia no conflito foi ridícula e o Chile só teve trabalho em conflitos com o Peru. No final, o Chile ganhou o conflito em todas as frentes. Ficou com a única saída para o mar da Bolívia, levou uma parte do território Peruano e ainda saqueou Lima. 

Depois da guerra, a situação do Peru que já era ruim ficou ainda pior e uma crise sucedeu a outra. Em 1968 as forças armadas deram um golpe e estabeleceu uma ditadura. Mas em 1975, o próprio sucessor do primeiro presidente militar, que não havia conseguido grandes coisas no país, promoveu a volta da democracia. 

Durante a década de 1980, o Peru enfrentou uma considerável dívida externa, inflação crescente, um aumento no tráfico de drogas e violência política maciça. Cerca de 70.000 pessoas morreram durante o conflito entre forças do Estado e os guerrilheiros do Sendero Luminoso. Com a presidência de Alberto Fujimori (1990-2000), o país começou a se recuperar, no entanto, as acusações de autoritarismo, corrupção e violações dos direitos humanos forçaram sua renúncia após a polêmica eleição de 2000. Desde o fim do regime de Fujimori, o Peru tenta lutar contra a corrupção, enquanto mantém um bom crescimento econômico.

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