quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Nicarágua - parte 4

Saída da Nicarágua

No dia seguinte já tínhamos que ir embora. Era 27 de janeiro e nossa passagem para Cuba, partindo de San José, Costa Rica era às 10:30h do dia seguinte. O plano era sair bem cedo, no primeiro barco para o continente, tomarmos um taxi até a fronteira com a Costa Rica e dali conseguir um ônibus para San José, onde dormiríamos em um hotel ou mesmo no aeroporto. Mas... a vida é uma caixa de surpresas...

Começamos mal. Acordamos tarde, fizemos o check out no hotel e pegamos o barco por volta das 10 da manhã. Depois do roubo do pc dentro do quarto do hotel na Guatemala, resolvemos esconder nossa grana no quarto, que não tinha cofre. Já no continente por volta do meio dia fomos sacar uns dólares e aí percebi que havíamos esquecido no hotel o pacote escondido com uma boa grana. Agora sim estávamos ferrados!

As chances de recuperar a grana eram pequenas, mas tínhamos que tentar. No desespero começamos procurar por algum local com acesso à internet para buscar o número de telefone do hotel e fazer contato. A recepcionista de um hotel deixou a gente usar o seu sistema de wifi e conseguimos ligar para o hotel pelo Skype. Felizmente o dono do hotel encontrou o nosso pacote e nos disse que estaria nos esperando. Pegamos o barco para a ilha novamente, partindo das 13:30h. Chegamos no hotel lá pelas 15h. Nos devolveram tudo intacto. Para quem pretende um dia visitar Ometepe, fica a indicação. Procure por “Hospedage Central el Indio Viejo”. Mas já era tarde para cruzar a fronteira e decidimos tentar alterar o horário do voo que tínhamos na manhã seguinte.

Entramos no site da TACA e solicitamos a alteração, que nos custaria 133 dólares. O site retornou uma mensagem afirmando que a alteração não havia sido feita porque nosso cartão de crédito não havia sido reconhecido. Pegamos nossas coisas e corremos para pegar o barco das 16h. Mas a Nicarágua é um país subdesenvolvido e algumas coisas inusitadas podem acontecer. O barco que partiria às 16h estava atrasado de sua vinda do continente. Por isto a partida das 16h estava cancelada, porque “tomaria os passageiros do barco do próximo horário. Pegamos então o das 17:30h.

Chegamos em San Jorge no início da noite. Pegamos imediatamente um taxi e o taxista nos garantiu que havia ônibus da fronteira até San José por volta das 21h. Chegamos na fronteira por volta de 20h, demos saída da Nicarágua pagando o visto de saída, percorremos uns 300 metros em total escuridão, pois havia acabado a energia e chegamos na Imigração da Costa Rica. Outro nível. Já pela organização do prédio da Imigração se entende porque na América Central a Costa Rica é o país que mais recebe turistas. Sem muitas perguntas ganhamos nossos carimbos e estávamos dentro da Costa Rica. Mas o problema só começava.

Descobrimos que só havia ônibus partindo dali às 3:30h. Mesmo assim não havia certeza. Mas mesmo se este ônibus existisse, não percorreria os quase 300 quilômetros até San José antes 8:30h, horário do check in. Começamos a andar na escuridão. Era umas 9 da noite. Pedimos carona para um caminhoneiro e o cara parou. O primeiro a passar. O cara perguntou para onde íamos, se nossos passaportes estavam ok e nos aceitou. Era uma carreta grande. A cabine do motorista era enorme, com uma beliche, armários, geladeira. O nome do motorista era Carlos. Gente fina. Paramos por volta das duas para dormirmos. O Carlos na cama de baixo, Pretinha na de cima e eu no banco do carona. Acordamos às 6h. Andamos um pouco e paramos para tomar café. Estávamos com medo porque nesse ritmo não chegaríamos a San José a tempo. Depois do café a carreta foi pra estrada, mas pouco depois teve que parar. Carretas só podem trafegar naquela rodovia após às 7:30h. Nos despedimos do Carlos e fomos para a estrada tentar pegar um ônibus. Nenhum parava. Conversamos com o dono de uma tendinha e ele nos ajudou a conseguir um taxi. Enfim, pagando 80 dólares, chegamos ao aeroporto às 8:30h.

Mas ainda havia mais. A atendente da TACA nos disse que nosso voo não era aquele, pois no dia anterior havíamos alterado pelo site. Explicamos o que havia acontecido, sobre o texto do site indicando que a alteração não havia sido feita. A atendente e seu supervisor nos pediram desculpas, nos colocaram no voo original sem nos cobrar nada, e nos disseram para entrarmos em contato com a empresa por telefone ou internet, pois os 133 dólares haviam sido debitados e a devolução não era possível ali.

Adiantamos que já entramos em contato com a TACA. Por telefone, tivemos que ligar cerca de 15 vezes e ninguém resolvia nada. Enviamos uma mensagem pelo site e nos responderam que o dinheiro não seria devolvido. Por fim iniciamos um processo com a operadora de cartões de crédito, mas sem muitas esperanças. Então fica a dica:

EVITE VOAR DE TACA. SE FOR NÃO HOUVER OUTRO JEITO, FIQUE ATENTO SE VOCÊ TIVER QUE FAZER ALGUMA ALTERAÇÃO DO SEU VOO NO SITE. USE A FUNÇÃO “PRINT SCREEN” NAS TELAS ONDE APARECEM INFORMAÇÕES DO VOO OU SE DER ALGUM ERRO, POIS, INFELIZMENTE, COMO VÁRIAS EMPRESAS BRASILEIRAS A TACA NOS PROVOU QUE É UMA COMPANIA DESONESTA.

Enfim, Cuba.

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