sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Guatemala - parte 5

Saída para Nicarágua

Passamos duas noites na Cidade da Guatemala antes de irmos embora. Nesse tempo foi que conhecemos os brasileiros que viajavam pela América do Chile ao Alasca em uma caminhonete.

O Luciano, gerente da pousada em que ficamos descobriu como deveríamos fazer para pegar um chicken bus para a Nicarágua, por 25 dólares cada passagem (contra 75 dos ônibus normais). Fica aqui a indicação da pousada: procure no hostelworld por “La Coperacha”.

O ônibus era melhor do que esperávamos. Não que fosse bom. Era velho e barulhento. As janelas e lataria vibravam o tempo todo. As poltronas eram horrorosas. Mas isto dava para levar. O problema é que a empresa deixava claro em seus anúncios que levavam “qualquer tipo de carga”. Então a galera cumpria isto à risca: dentro do ônibus havia cadeiras de plásticos, dessas de boteco, caixas com tomates e sacolas enormes com todo tipo de bugiganga. Todos os passageiros exceto nós e um mexicano eram da Nicarágua (Nicas). Começamos a ficar com medo do país quando fomos descobrindo o que a turma levava na bagagem. Tomates, banana, papel higiênico, etc. Será que na Nicarágua não teria papel higiênico?! Mas o pior estava por vir. Passaríamos pelas seguintes fronteiras: Guatemala - El Salvador – Honduras - Nicarágua.

Por duas vezes um dos funcionários do ônibus saiu passando o chapéu para recolher dinheiro para subornar oficiais aduaneiros de Honduras para evitar que tivéssemos as bolsas revistadas. Na aduana de El Salvador todos tiveram que abrir as bolsas. Apenas um agente para revistar toda a bagagem. Os caras não tinha máquina de raio – x e nem cão farejador. Sequer tinham um lugar limpo para que as bolsas fossem abertas. O pessoal tinha que ir pondo as coisas no chão, na frente de todo mundo. É claro que as revistas eram péssimas. Se tivéssemos um revolver no fundo de uma bolsa passaria facilmente. Uma ação ridícula, que só mostra o quão atrasado está a região, que na nossa opinião tinha tudo para ser apenas um único país, pois são o mesmo povo, falam a mesma língua, compartilham a mesma cultura e tem os mesmos problemas.

O mesmo se passou na entrada da Nicarágua. Por fim, depois de 22 horas naquele inferno chegamos a Leon, Nicarágua. Desse tempo, apenas cerca de 14 horas o ônibus esteve em movimento. O restante foi perdido nas fronteiras (8 horas) e nas paradas (umas 2 horas).

O legal da viagem foi conhecer Alejandro, o mexicano. O cara é trabalhador braçal, mas nos disse que crise não afeta seu trabalho, pois ele é muito bom de serviço e usa a internet para anunciar seu trabalho. Conhece vários países e nos contou muitas coisas interessantes. Apesar de não ter tido muito tempo de educação formal, ele lê bastante e tem uma visão de mundo muito legal.

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