sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Egito - parte 1

Um pouco de História

O Egito é um país transcontinental, com um pé na Ásia e outro na África. Tem mais de 1.000.000 km2 quadrados, porém, o país é quase todo desértico e 99% da população se espreme em pouco mais de 5% de sua área. O Vale do Nilo é habitado há mais de 10.000 anos. Várias culturas vieram e se foram até a formação da civilização egípcia. Entre o Egito de hoje (pobre, falante da língua árabe e desorganizado politicamente) e os primeiros reinos há uma história longa. Dezenas de dinastias se substituíram nos primeiros 3000 anos de existência da nação. Apesar de terem se desenvolvido em artes, religiões, de terem sido provavelmente os primeiros a beber cerveja, quando pensamos no Egito nos lembramos das pirâmides e da Grande Esfinge.

As primeiras pirâmides evoluíram dos montes de areia que se fazia sobre as esculturas dos primeiros governantes. Foram evoluindo até se tornarem construções magnificas, de alta complexidade interna, sendo algumas cobertas com ouro no vértice superior. Há hoje cerca de 140 pirâmides documentadas, mas esse número pode aumentar. Recentemente foram encontradas duas novas por uma internauta que usava o Google Earth.

Os governantes mais famosos foram Ramsés I, II e III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti e Tutan khamon. O país experimentou o monoteísmo há mais de 1.000 anos a.C.. Em 343 a.C. os persas tomaram o Egito, que foi perdido para os grego e depois, para os romanos. Nesta sequência, foram mais de 2000 anos de domínio estrangeiro. 

O cristianismo chegou já no século I. Em 639 o Egito foi tomado pelos muçulmanos sunitas e esta é a religião da ampla maioria da população de hoje. Em 1517 o Império Otomano anexa o Egito às suas possessões. 

Em 1798 Napoleão Bonaparte invadiu e ocupou o Egito, quando o país experimentou um pouco dos avanços oriundos da Revolução Francesa. Com a saída da França, o país virou uma zona de guerra civil até que em 1805 Mehmet Ali, um albanês, tomou o poder, pôs ordem na casa e inaugurou um período de alguma prosperidade. 

A abertura do canal de Suez em 1869, tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, já que o canal possibilitava a passagens de navios do Mediterrâneo direto para a Ásia, sem ter que contornar a África. Mas custou a soberania do país, já que a construção do canal gerou uma dívida enorme com as potências europeias, culminando com a tomada do poder pelo Reino Unido em 1882. 

Entre 1882 e 1906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local. Os britânicos não aceitaram este resultado e exilaram Zaghlul. Na sequência, a população se rebelou, gerando a primeira revolta de sua história moderna. As rebeliões levaram o Reino Unido a proclamar a independência do Egito, em 1922. 

Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro em 1924. Em 1936, foi assinado um tratado pelo qual o Reino Unido defenderia o Egito e poderia manter tropas no canal de Suez. Em 1952 um golpe de estado derruba o rei, que é substituído por seu filho, o General Muhammad Naguib. Mas já em 1953 é proclamada a República do Egito. Gamal Abdel Nasser força Naguib a renunciar e assume a presidência. Ele encerra o tratado com os ingleses e nacionaliza o canal, o que gerou o conflito internacional (com a participação do Brasil) conhecido como Crise de Suez. 

Nasser planejava fortalecer suas forças armadas para aniquilar Israel. O problema foi que ele falou demais. Enquanto seus pilotos eram treinados com os novíssimos caças russos comprados para destruir Israel, este fez um ataque de surpresa destruindo praticamente toda a força aérea do Egito e ainda tomou a península do Sinai. 

Em 1973, o Egito, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra do Yom Kippur, um ataque-surpresa contra as forças israelitas no Sinai e as colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel em 1979. Mas esta manobra queimou o filme do país com o resto do mundo árabe. O presidente Saddat, que costurou o acordo foi morto em 1981 por um soldado fundamentalista islâmico. Hosni Mubarak chega ao poder na sequência. 

Em janeiro de 2011, protestos contra o regime de Hosni Mubarak começaram em todo o país. Em fevereiro, ele renuncia e foge do Cairo. Mesmo após eleições presidenciais o país é instável, já que uma nova constituição está sendo escrita e não há consenso em temas cruciais, principalmente quanto á laicidade do novo regime.

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