sábado, 5 de janeiro de 2013

Israel e Palestina - parte 3

Jerusalém

A história de Jerusalém é mais complexa que a de vários países juntos. Não só por ser uma das cidades mais antigas do mundo, com mais de 6.000 anos, mas, principalmente, por ser uma cidade sagrada tanto para judeus, cristãos e muçulmanos. Contrariando inúmeras resoluções da ONU e violando em vários pontos convenções de direito internacional, Israel domina hoje a cidade e a tem como sua capital, embora nenhum país reconheça esta situação e todas as embaixadas estejam em Tel Aviv.

A cidade antiga é dividida em 4 partes: Quarteirão Católico, Judeu, Armênio e Árabe. Caminhando pelas ruelas se pode perceber facilmente quando se sai de uma área e entra em outra. Os lugares sagrados mais importantes são o Muro das Lamentações, a Igreja do Santo Sepulcro, a Esplanada das Mesquitas, a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. A Via Dolorosa, caminho seguido por Jesus enquanto era espancado está toda sinalizada e o fiel não tem nenhuma dificuldade em percorrê-la. Dificilmente um visitante passará um dia na cidade sem pegar uma procissão de fiéis de qualquer país. Mais fácil ainda é comprar todo tipo de amuleto religioso, camisetas ou tomar um chá em um dos incontáveis estabelecimentos da cidade, que às vezes parece mais um grande mercado.


Igreja do Santo Sepulcro

Trata-se de uma igreja, hoje sob administração dos Gregos-Ortodoxos, Armênios-Ortodoxos e Católicos Romanos onde se acredita que Jesus foi crucificado, sepultado e ressuscitou. Acredita quem quiser, mas muita gente quer. O fato é que, em 326 d.C. Helena, a mãe do imperador romano Constantino visitou a cidade e identificou o local da crucificação e a tumba de Jesus. Nada se sabe sobre as qualidades da senhora como arqueóloga, mas o fato é que o que ela disse colou e o imperador então mandou construir a igreja no local. E o povo vai lá com toda a fé. Logo na entrada, uma pedra no formato de uma tampa de caixa fúnebre, que acreditam ser da de Jesus é esfregada e beijada por centenas, talvez milhares de fiéis todos os dias. E olha que a pedra foi encontrada vários séculos após a crucificação, em um local onde milhares de pessoas teriam sido sepultadas.


Visitamos a igreja e não temos como negar a enorme carga emocional que povoa o prédio. Mas às vezes dava um certo asco ver tanto fanatismo em torno de objetos e locais que muito provavelmente não são o que os fiéis acreditam que sejam. Além do mais, não há nada que diz que uma oração ali tenha mais valor que outra rezada com fé em qualquer lugar do universo. Há alguns anos o pau quebrou entre dois grupos de fiéis de diferentes crenças que administram a igreja porque um estaria varrendo o local que era área definida para o outro grupo varrer. Atualmente a prefeitura de Jerusalém tem ameaçado fechar as portas da igreja se a administração não pagar as contas de água atrasadas de vários anos acumulados.

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