sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Israel e Palestina - parte 1

Fronteira Jordânia Israel

Chegamos na fronteira, do lado da Jordânia, e um grupo de soldados que batiam papo muito à vontade nos pediu os passaportes, fizeram algumas perguntas e nos mandaram seguir. Entregamos os passaportes para os agentes, pagamos o visto de saída, esperamos um pouco e dentro do ônibus que nos levaria até o lado israelense. Eles retém nossos documentos para evitarem que tentemos seguir a pé para Israel, coisa que pode custar a vida do sujeito, ao se expor à ótima pontaria dos israelenses.

Após o ônibus andar por alguns minutos, já em área israelense, somos parados por soldados. Estes, armados com fuzis com visão noturna, usam uniformes gastos. Demonstram estar sempre atentos. Sempre usam colete mochila (provavelmente com munição, água...). Ou seja: não é preciso ser especialista para ver que um exército, além de ser mais bem equipado, é muito mais bem treinado do que o do vizinho. Andamos mais um pouco e estamos na imigração israelense. Raio X, duplas checagens de documentos, soldados (um deles, não entendemos a razão, a paisana, mas com um fuzil enorme também)...

Somos atendidos ao mesmo tempo, Renilza e eu um ao lado do outro. O cara vê o visto e carimbos do Iran, libera a entrada da Renilza, mas comenta algo com o meu agente e a palavra “Iran” é perfeitamente distinguível. E o meu carimbo não sai. O cara me pergunta por que ficamos 18 dias lá, faz cara feia e me manda esperar. Duas vezes me chama e pergunta onde pretendemos ir. O plano era falar que íamos apenas em cidades israelenses, mas eu vacilei e disse que ia a Belém. “Mas Belém é Palestina!”. Fiz cara de que nem sabia e disse que, como católico era meu plano ir lá.

Enfim, após pouco mais de uma hora de tensão, temos nossa entrada liberada. Até o momento foi a situação mais chata em imigrações. Mas depois conheci um brasileiro, evangélico, que nos disse que foi levado para uma sala de interrogatórios e a soldadesca já chegou batendo na mesa: “onde é que tá a cocaína?!”. Outro, um português, disse que entre esperas e interrogatórios, foram 7 horas. E outro relato, de uma jovem brasileira, negra, que viajava sozinha, e teve até que tirar toda a roupa para ser revistada. Até que tivemos sorte.

Pegamos um táxi coletivo e no início da noite já estávamos no albergue dentro dos muros sagradíssimos de Jerusalém.

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