sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Israel e Palestina - parte 2

Um pouco de história

A história da região chamada Palestina é longa e movimentada. Incontáveis guerras e massacres moldaram os diversos povos que viveram e vivem ali. Estas poucas linhas resumirão apenas a situação das últimas décadas.

Com a derrota da Turquia na Primeira Guerra Mundial, suas possessões na região da Palestina ficam divididas entre França e Reino Unido. O primeiro fica com o Líbano e Síria. A Palestina e outras áreas ficam com o Reino Unido.

Ao fim da Segunda Guerra, o Reino Unido, enfraquecido pelo conflito e cedendo à pressão de judeus e árabes, partes já conflitantes naquele momento, entrega a Palestina à recém criada ONU, que em uma resolução de novembro 1947, em um momento de extrema estupides, decide repartir a Palestina em dois Estados, um árabe e outro judeu, como se fosse uma fazenda despovoada entregue a dois donos. Os judeus, que não tinham nada, toparam. Os árabes não aceitaram, pois apesar de serem maioria esmagadora, ficariam com uma área menor e menos fértil. O fato de os judeus terem sido massacrados pelos nazistas havia favorecido esta decisão. Todos (ou quase) queriam fazer uma gracinha para eles.

Os judeus botaram a mão na massa e menos de 6 meses depois da resolução, em meio a uma guerra civil que já estava em curso, declararam criado o Estado de Israel em 14 de maio de 1948. No dia seguinte, Egito, Iraque, Líbano, Síria, Transjordânia e as forças palestinas declaram guerra ao recém criado país. 

Contra todas as expectativas, Israel vence de forma acachapante o conflito. Analisando os detalhes do confronto pode-se notar que esta vitória não foi tão surpreendente. Os árabes, além de estarem muito mal treinados e parcamente equipados cometeram diversas trapalhadas facilitando muito a vitória Israelense. Desde então Israel passa a expulsar os árabes da Palestina usando todos os pretextos possíveis (e às vezes sem qualquer desculpa), o que gerou um número de refugiados de mais de 4 milhões de palestinos vivendo em outros países.

Aos poucos o conflito se adequou à realidade da Guerra Fria, com Israel apoiado por Estados Unidos e os árabes pela extinta URSS. Outros conflitos viriam, com alguns culminando em guerras, todas elas vencidas por Israel.

O fato é que nunca houve paz entre as partes desde o início do século XX. O ódio mútuo é enorme e cresce a cada dia. Além das questões militares, a relação entre os dois povos é algo digno de vergonha para toda a humanidade. Chegamos ao ponto de Israel manter um judiciário para judeus e outro para árabes. Israel frequentemente constrói assentamentos para judeus em áreas da Palestina. Quem for lá hoje verá enormes muros cercando as áreas sob controle da Autoridade Palestina, que acabam limitando drasticamente a movimentação dos árabes, frequentemente separando membros da mesma família.

Os palestinos, por sua vez, volta e meia promoviam ataques suicidas e hoje, algumas milícias possuem foguetes rudimentares que não raro fazem algum estrago em Israel. Os israelenses mantem milhares de presos políticos palestinos, inclusive crianças. Não é raro soldados judeus matarem crianças com tiros depois de essas atirarem pedras em postos de controles.

Apesar da discrepância entre as forças militares dos dois povos, nada se pode afirmar sobre o futuro próximo da região. Desde a primeira intifada em 1987 (movimento popular espontâneo onde palestinos lutam contra israelenses fortemente armados usando apenas paus e pedras) a opinião pública mundial começou a tombar para o lado palestino. Se você entrar em qualquer fórum de discussão hoje na internet verá que a grande maioria dos comentários são contrários a Israel. Um reflexo disso foi a aprovação na ONU da aceitação da Palestina como Estado-não membro (mesmo status do Vaticano) com uma votação de 138 países a favor e apenas 9 contrários.

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