sábado, 26 de janeiro de 2013

México - parte 2

Um pouco de História 

Na Mesoamérica pré-colombiana muitas culturas amadureceram e se tornaram civilizações avançadas como a dos olmecas, toltecas, teotihuacanos, zapotecas, maias e astecas, antes do primeiro contato com os europeus. Os astecas dominavam a maior parte do que hoje é o território mexicano. Mas este domínio, que foi conquistado na base da força militar era muito mal recebido pelas tribos vizinhas. A religião asteca exigia sacrifícios humanos em larguíssima escala e as vítimas eram normalmente obtidas pelo domínio asteca sobre essas tribos. 

Não é de se estranhar então, que quando o Espanhol Hernán Cortez chegou à América em 1521, estas tribos tivessem o maior prazer em se unirem a ele para destruírem os astecas. Por outro lado, Montezuma II, comandante asteca na época da chegada de Cortez era um fanático religioso e deduziu que o invasor era um deus e fez uma confusão danada, permitindo um domínio espanhol facílimo. Quando os astecas resolveram oferecer resistência já era tarde e em 1522 já era tudo da Espanha. 

Já com os maias foi diferente. Apesar de já estarem em decadência quando Hernán Cortez apareceu, ofereceram resistência pesada e a última cidade só foi cair 177 anos após a queda dos astecas. Assim conseguiram salvar boa parte de sua historiografia, já que ganharam tempo fugindo para locais mais isolados. Não é de se estranhar que ainda hoje milhões de pessoas tem como primeira língua algum idioma maia e que escolas públicas em algumas regiões alfabetizam suas crianças nestes idiomas. 

Os maias desenvolveram o único sistema de escrita entre as culturas pré-colombianas que conseguia representar completamente o idioma falado, no mesmo nível das escritas europeias. Existem dezenas de teorias que tentam explicar o declínio dos maias, mas os espanhóis foram o golpe de misericórdia. Porém, como ainda sobrevivem fortes tradições destes povos, há quem sustente que eles nunca foram completamente dominados e que souberam se adaptar e incorporar a cultura dos invasores à sua. 

Mas o que queremos é falar sobre a história do México de hoje e entendemos que esta começa com a queda dos astecas. Em 1521, a Espanha conquistou e colonizou o território mexicano a partir de sua base em Tenochtitlán, hoje Cidade do México. A introdução acidental de doenças contra as quais os nativos eram indefesos, principalmente a varíola fez a maior parte do trabalho de dizimar as enormes populações que habitavam o território. 

Grande parte da identidade do México foi criada durante o período colonial. A luta pela independência do país que foi conquistada em 1821 se iniciou em 1810 e teve como seu primeiro líder o padre Miguel Hidalgo y Costilla. 

Entre a independência e 1917 o país foi uma bagunça inenarrável. Resumidamente, foi marcado pela instabilidade econômica, a Guerra Mexicano-Americana, uma guerra civil, dois impérios e uma ditadura nacional. Esta última levou à Revolução Mexicana em 1910, que culminou na promulgação da Constituição de 1917 e a emergência do atual sistema político do país. 

Neste período nenhuma forma de governo que agradasse à maioria conseguiu emplacar. Houveram várias guerras civis, vários governantes foram assassinados e “constituições” foram proclamadas. Em uma dessas guerras civis, o descontentamento foi tal que três novos governos proclamaram independência. Dentre eles o Texas teve sucesso e foi rapidamente anexado pelos Estados Unidos. O México, ao tentar recuperar este território, bateu de frente com o Tio Sam, que entendeu que estava sendo atacado e os dois países guerrearam por 2 anos desde 1846. O México perdeu feio. Foi invadido, humilhado e ofendido, chegando a ser totalmente dominado. Foi forçado a ceder ainda mais territórios, incluídos aí Califórnia e Novo México. Quase metade do país foi perdida para os Estados Unidos. 

Nem isto fez o país tomar jeito. A Guerra das Castas de Yucatán, a revolta maia, que começou em 1847, foi uma das mais bem sucedidas revoltas modernas de indígenas americanos, que mantiveram enclaves relativamente independentes até à década de 1930. 

Nos anos 1860 o México sofreu uma ocupação militar da França, que criou o Segundo Império Mexicano sob o domínio de Ferdinando Maximiliano da Áustria. Alguns anos depois Maximiliano foi tirado do poder e executado. 

Outra figura de destaque na história foi Porfirio Díaz, governou o México de 1876 a 1880 e depois de 1884 a 1911, em cinco reeleições consecutivas promovendo notáveis realizações econômicas, mas gerando mais desigualdade social e repressão política. 

Entre 1910 e 1938 houveram eleições, golpes de Estado, assassinatos de governantes, mais guerras civis e, tanto fizeram que vários heróis apareceram, destacando-se Pancho Villa e Emiliano Zapata. O hábito de criar heróis ultrapassou a vida real, e Zorro e Chapolin Colorado tem milhões de fãs mesmo fora do México. 

Entre 1940 e 1980, o México experimentou um substancial crescimento econômico, mas a desigualdade social continuou a ser um fator de descontentamento. A década de 1980 foi complicada para o país, com ocorrência de gravíssimas crises econômicas e políticas. Em 1994 o México entra para o NAFTA, Tratado Norte-Americano de Livre Comércio. Menos de 1 ano depois a economia do país entra em colapso. Mas como alguém poderia imaginar que o México conseguiria competir com EUA em um mercado comum? Mas com “ajuda” dos EUA, o país volta a crescer em ritmo acelerado. 

Atualmente o México é uma das maiores economias mundiais, mas enfrenta sérios problemas de tráfico de drogas e violência urbana. Outro problema ímpar que o país tem é o fato de ser o vizinho pobre dos EUA. Se mudar para lá é uma possibilidade real para quase todas as pessoas que nascem no país, o que provoca evasão de profissionais qualificados e também faz com que muitos não se empenhem em ter uma profissão qualificada já que estariam dispostos a atravessar o deserto e trabalhar em subempregos nos EUA. 

Mesmo com este percurso histórico todo bagunçado o México sediou os jogos olímpicos de 1968 e duas Copas do Mundo, 1970 e 1986.

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