sábado, 12 de janeiro de 2013

Egito - parte 2

O primeiro dia

Chagamos no Egito no porto de Nuweiba no início da manhã em um ferry vindo de Aqaba, Jordânia. O porto egípcio é uma zona. Sujo, bagunçado, fedorento. Foi uma luta encontrar a Imigração, mas conseguimos.


O mapinha aí de cima vai ajudar a entender nossa epopeia. A península do Sinai é muito turística pelo monte Sinai e os pontos de mergulho no Mar Vermelho. Como estávamos um pouco temerosos em relação aos preços e grau de honestidade do Egito, decidimos mergulhar na Jordânia mesmo e seguir de Nuweiba direto para o Cairo. Mas nosso primeiro dia no Egito foi o pior dia em toda nossa viagem. Tentaram nos aplicar mais golpes neste dia do que no resto da viagem toda. E não conseguimos escapar de todos. O Egito começou difícil.

O golpe da informação

Ainda no porto fomos ao terminal de ônibus tentar comprar uma passagem para o Cairo. Nos disseram que não havia mais. Perguntamos ao guardinha onde podíamos encontrar outro terminal de ônibus. Ele já ia responder, mas um taxista chegou, nos interrompeu, deu um sorrisinho pro guarda que se calou. Ali havia um código. Provavelmente o taxista se nos ganhasse daria uma comissão ao guarda. Nem deixamos a conversa começar. Saímos andando para procurar o terminal.

O golpe do superfaturamento do café

Entramos em um buteco, pedimos café, algo para comer a uma garrafa de água mineral. Sabíamos que ficaria entre 1 e 2 dólares. Na hora de mostrar a conta o funcionário disse, meio titubeando: “10 dólares”. Renilza o olhou nervosa e começou a perguntar os preços de cada item. Como ele se embolava, ela bateu no balcão de disse: “Queremos o preço certo! Rápido! Não vamos pagar 10 dólares. O carinha se assustou e pagamos 2 dólares.

O golpe dos perueiros

Encontramos o terminal de ônibus e descobrimos que teríamos que esperar muitas horas e ainda assim não chegaríamos ao Cairo, mas em Dahab, e de lá teríamos que pegar um ônibus pro Cairo, para chegar sabe-se lá que hora. Tentávamos negociar com uns donos de peruas que apareciam mas os preços eram exorbitantes. Por fim um motorista que já ia para o Cairo topou cobrar 100 dinares por cabeça para nos levar. Não perguntamos o caminho, só nos interessava o destino final.

O danado tocou pra Taba e chegando lá nos fez descer dizendo que não podíamos seguir, somente ele, e que teríamos que pagar 50 dinares. Apareceram mais uns 4 perueiros para tentar nos coagir. Se fosse no Brasil ou na maioria dos países com um mínimo de seriedade, é claro que não pagaríamos nada, pois o serviço (nos levar a Cairo) não foi entregue. Mas era Egito. No meio da bagunça, chega no sentido oposto um alemão que quer ir pra Dahab. Quando as coisa acalmaram um pouco, deixei Renilza esperando e fui à um posto policial e perguntei se realmente estávamos proibidos de seguir e ele confirmou que sim, por causa da Al Qaeda, que costuma sequestrar estrangeiros nessa região. Perguntei então se eu deveria pagar ao perueiro e ele disse que isso teríamos que resolver por nós mesmos. Resolvemos pagar. Pegamos outra perua compartilhando com o alemão até Dahab. Lá, conseguimos um ônibus para Sharm El-Sheik. Já era fim de dia e nos demos por vencidos. Resolvemos nos hospedar e aproveitar a cidade, que é muito famosa pelos pontos de mergulho e snorkel.

O golpe do camelo

Não se trata de camelo dando coice.


Das três simpáticas criaturas, duas estão sendo engalobadas. Já estávamos alojados em um hotel até legal e saímos para compras em um supermercado. Na saída vemos o simpático camelo estacionado. Renilza tenta brincar com ele e o beduíno aparece e diz: “pode brincar, tirar foto, sem problemas.”. Por que não? Tiramos umas fotos, o cara manda o camelo se abaixar. Eu me aproximo para a foto e o cara manda nos dois montarmos que ele faria a foto para a gente. Pensamos que o camelo ficaria ali parada para aquela foto. Mas ele faz um sinal, o camelo se levanta e estamos nós lá, no meio de uma praça super movimentada andando de camelo. O cara anda uns 80 metros e nos deixa em frente ao hotel. Eu já sabia que ele ia querer uma grana. Separei 1,5 dólar e ele se recusou a receber. Queria 25. Eu quase disse que não estava comprando o camelo, mas mudei o discurso e disse que não queríamos o passeio e que ele não disse que cobraria. Se quisesse o que eu estava oferecendo, ok, se não eu ia entrar para o hotel. Ele insistiu, ficou nervoso, mas pegou a grana.

O golpe do passeio vendido e não fornecido

Se um dia você for a Sharm El-Sheik, lembre-se de nunca comprar nenhum passeio com a empresa Luna Rosa. Pegamos um passeio para fazer Snorkel por 25 euros cada. O guia que nos pegaria no hotel às 8h a manhã simplesmente não apareceu. Voltei na agência e quebrei o pau, chamei o vendedor de mentiroso, de ladrão e em um momento pensei que ia ter porrada. Mas ele não devolveu a grana. Pelo menos fizemos algum estrago. Ao passarmos pela agência, sempre que víamos possíveis clientes a gente chegava e contava para eles o que aconteceu com a gente. Invariavelmente eles iam embora. Ainda relatamos o ocorrido no Trip Advisor e fuzilamos a página deles no Facebook. Parece que estava dando algum resultado, pois a gerente tentou defender o funcionário e a gente atacou mais ainda.


Mais coisas desse naipe ocorreram no Cairo e relataremos mais adiante. Mas depois dessas experiências o Egito já não tinha a menor chance de se recuperar.

Um comentário:

  1. E aí pessoal! Também estamos na estrada fazendo a volta ao mundo, mas em sentido contrário ao de vocês. Estamos escrevendo para nos solidarizar com o sofrimento no Egito e para nos colocar a disposição para qualquer informação ou ajuda. Estivemos no Egito em novembro e também passamos nossos perrengues. Nossa passagem por lá está no nosso blog gugacris.wordpress.com
    Ficamos no Freedon Hostel no Cairo e lá o Peter (acho que é o dono) nos ajudou bastante em todos os sentidos.
    Grande abraço

    Guga e Cris !

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